São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 1997
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AGENDA AMBIENTAL

A Rio+5, conferência de avaliação das iniciativas na área do meio ambiente, foi aberta ontem envolta por um certo clima de pessimismo. O próprio Maurice Strong, canadense organizador do evento e ex-secretário-geral da Eco-92, afirma que há muito pouco a ser festejado.
Os acordos definidos na capital fluminense, cinco anos atrás, não têm sido totalmente cumpridos pelos governos ou pelo setor privado. As iniciativas têm sido, de modo geral, tímidas e pontuais. Da dificuldade na aplicação de limites para a emissão de dióxido de carbono, um dos pontos da Convenção do Clima, de 92, à insuficiente assistência financeira para os países mais pobres, muitos são os desafios pendentes na busca de um desenvolvimento sustentável.
No Brasil, a adoção dos preceitos da Eco-92 caminha lentamente. São poucos os municípios que já definiram sua Agenda 21-Local, uma versão da Agenda 21 -relação de metas aprovada pela conferência da ONU de 92. A cidade de São Paulo, onde se acumulam problemas ambientais diversos, formou a sua agenda apenas em agosto de 96. E o conselho de desenvolvimento sustentável do país só foi criado em fevereiro deste ano.
Não obstante, há diversas iniciativas localizadas em várias regiões do Brasil, algumas até mesmo apontadas como exemplares pela ONU. A dificuldade maior parece ser reuni-las e dar-lhes um norte comum, fomentando novas ações sob a égide de um plano mais abrangente.
A preocupação com o meio ambiente é crescente no mundo todo, apesar de haver necessidades mais prementes, principalmente no Terceiro Mundo, que alteram o rol de prioridades de países desenvolvidos.
Entretanto, o desafio é exatamente associar a preservação do meio ambiente às ações de combate à miséria e em favor do crescimento econômico. A busca por uma economia pujante e com menos desigualdade não pode prescindir de um ambicioso programa ambiental, visando a melhoria da qualidade de vida.

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