São Paulo, domingo, 16 de março de 1997
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Escolha de carro tem "sequência definida"

DA REPORTAGEM LOCAL

Cada carro traz um pouco da história de vida do proprietário, como personalidade, idade, situação financeira e gostos pessoais.
As pesquisas sobre o perfil dos compradores, feitas pelas montadoras, mostram isso.
A sequência se desenvolve basicamente assim: o motorista jovem, que acabou de tirar habilitação, compra um "popular", com motor 1.0 -Gol, Palio, Uno, Fiesta e Corsa. Além de mais baratos, consomem menos combustível.
Anos depois, com um pouco mais de dinheiro no bolso, o mesmo motorista troca o carro por outro com motor mais potente -como um Gol CL ou um Palio EL.
Ao casar e ter filhos, o jeito é juntar as economias e partir em busca de um carro com bom espaço interno, como uma perua.
Com o crescimento dos filhos e, principalmente, com a conta bancária mais polpuda, o consumidor opta pelo conforto de um sedã -como o Santana, Passat, Mondeo e Omega.
Para o consultor de pesquisa mercadológica da Volkswagen, Massashi Kobayashi, as pesquisas realmente demonstram esse trajeto do motorista.
Um exemplo desse percurso é o empresário José Guerra, 34. Seus primeiros carros foram um Uno e um Gol. "Eram mais baratos e mais econômicos", diz.
Quando juntou mais dinheiro, em 94, trocou por um Tipo, buscando conforto e espaço para as viagens com a namorada.
Casado, e esperando o segundo filho, Guerra trocou o carro da Fiat por uma perua Quantum. "Tem espaço para transportar as crianças com segurança e, no porta-malas, jogo as tranqueiras", explica.
Adriana Medeiros, 29, tem dois carros em casa. O Uno Mille, usado para rodar na cidade, e um Santana, reservado ao pai. "É mais confortável e faz mais o perfil do pai", diz Adriana.
O empresário Isaac Dryzun optou por um Omega. Apesar de dirigir quase sempre sozinho, ele garante que o conforto é decisivo. "Depois do Omega, não quero mais trocar de carro", diz o empresário, ex-dono de um Escort.

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