São Paulo, segunda-feira, 17 de março de 1997
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Manifestação destrói posto policial

Morte de pastor provocou a revolta

DEISE LEOBET
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Cerca de mil pessoas depredaram ontem à tarde o posto da Polícia Rodoviária Estadual, localizado no km 134 da BR 369, em Ibiporã (a 405 km de Curitiba), em protesto pela morte do comerciante e pastor José Idalécio Bueno, 35.
O sargento da PM Levi Teófilo e os soldados Anilton Rodrigues, João Reis e Antônio Marcos Pereira foram acusados de matar Bueno, no último dia 9, quando ele e a família voltavam de um clube de Londrina (379 km de Curitiba).
Às 8h da manhã de ontem, cerca de 1.500 pessoas fizeram uma manifestação pacífica pelas ruas de Ibiporã. Eles saíram da praça central da cidade e percorreram as principais ruas do centro carregando faixas e cartazes.
Às 11h, segundo o capitão José Rigoni Filho, cerca de mil manifestantes mais exaltados foram até o posto da Polícia Rodoviária.
Assim que ficaram sabendo da manifestação, os policiais de plantão pegaram os carros de polícia e abandonaram o posto. Quando os manifestantes chegaram ao local, o posto estava vazio.
Eles atiraram pedras, arrancaram portas e janelas, destruíram a mobília e depois atearam fogo no prédio e nos cerca de dez veículos apreendidos que estavam no pátio. Todo o equipamento fotográfico e os documentos da polícia foram destruídos.
O Corpo de Bombeiros foi chamado ao local, mas as pessoas que participavam da manifestação não deram acesso. "Policiais à paisana fotografaram e filmaram a manifestação. Essas pessoas serão identificadas e responsabilizadas pela destruição de patrimônio público", disse Rigoni Filho.
Por volta das 17h, os manifestantes foram até a delegacia de Ibiporã, onde continuaram o protesto.
Eles puseram fogo em vários carros da Polícia Civil, que estavam estacionados na delegacia. Destruíram móveis, arrancaram portas e janelas do prédio.
Segundo o capitão Rigoni Filho, soldados da PM conseguiram conter os manifestantes antes que eles chegassem às celas da delegacia.
O sargento e os três soldados da PM, acusados da morte de Bueno, foram afastados das funções e estão recolhidos no quartel da Polícia Militar de Londrina.

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