São Paulo, segunda-feira, 17 de março de 1997
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Teste reprova produtos sem segurança

PRISCILA LAMBERT
DA REPORTAGEM LOCAL

Um relatório divulgado pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) revela que os produtos brasileiros em geral ainda passam por situação preocupante em aspectos de saúde e segurança.
O documento é baseado em um balanço dos resultados de 82 testes comparativos entre produtos de vários setores realizados pelo instituto entre 90 e 96 (veja quadro ao lado).
Nesse período, os testes acusaram que 34% dos 176 produtos examinados estavam em desacordo no quesito segurança.
Essa avaliação analisou produtos de utilidades domésticas (soquetes, fios e aparelhos eletroeletrônicos, entre outros).
Os produtos reprovados tinham falhas em sua constituição, que poderiam causar danos físicos ao usuário.
No quesito saúde, 26% dos 674 produtos testados -entre alimentos e produtos de higiene e limpeza- estavam em desacordo, isto é, traziam componentes prejudiciais à saúde do consumidor.
"Os dados mostram que o controle da qualidade desses produtos, tanto por parte dos órgãos competentes quanto da maioria das empresas, ainda é falho", diz Sezifredo Paulo Paz, 37, coordenador do departamento técnico do Idec.
Informação
O instituto avaliou o nível de informação que todos os produtos testados trazem. Do total, 45% das amostras apresentaram quadro insatisfatório.
Isso quer dizer que há muitas falhas de informação em rotulagens e manuais de instrução.
No entanto, a comparação dos resultados dos testes realizados entre 94 e 96 mostra um aumento no percentual de produtos avaliados como bons ou muito bons. Passou de cerca de 30% em 94 para mais de 70% no ano passado.
Ao mesmo tempo, os produtos com avaliação ruim, muito ruim ou eliminados diminuíram a participação percentual para cerca de um terço do total de 94.
Essa avaliação, no entanto, não reflete a melhora na qualidade de produtos específicos, já que o instituto não repetiu testes com os mesmos produtos nos últimos dois anos.
"Apesar disso, acreditamos que, entre 94 e 96, houve uma evolução geral na qualidade dos produtos. E o crédito é principalmente do consumidor, que aprendeu a reivindicar seus direitos", diz Paz.
Alimentos
Os alimentos foram a categoria mais testada pelo instituto. Desde 90, foram realizados 35 testes, envolvendo mais de 600 produtos.
Os resultados específicos dessa categoria revelam que não houve melhora quanto ao quesito saúde. Nos últimos seis anos, o índice de produtos em desacordo se manteve entre 20% e 30%.
Já na análise das informações trazidas nos rótulos dos alimentos, os resultados são positivos.
Em 1990, cerca de 70% das amostras foram consideradas insatisfatórias. Em 93, o índice caiu para 45% e, no ano passado, a taxa chegou aos 10%.

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