São Paulo, segunda-feira, 17 de março de 1997
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Rosenbergs não ajudaram, diz militar

The New York Times
de Nova York

DO "THE NEW YORK TIMES"

Julius e Ethel Rosenberg, executados nos EUA em 1953 por espionagem, não deram nenhuma informação que levasse a então União Soviética a construir a bomba atômica. A afirmação é de Alexander Feklisov, 83, coronel aposentado da KGB.
Segundo Feklisov, que tinha contato permanente com o casal, Julius Rosenberg "não entendia nada de bomba atômica e não pôde ajudar; mesmo assim o mataram". Já Ethel não teria sabido de nada: "Era completamente inocente". "Foi um assassinato", concluiu o coronel.
Julius Rosenberg teria conseguido apenas um esboço do molde de uma lente, componente que não ajudou em nada a confecção da bomba atômica soviética. A peça foi obtida pelo irmão de Ethel, um baixo funcionário do programa nuclear norte-americano, em Los Alamos.
Em 1944, porém, Julius obteve para Feklisov um sensor de proximidade, peça vital para o desenvolvimento de mísseis ar-terra. Na ótica do coronel, o roubo desse tipo de tecnologia não é um crime capital. "Durante a guerra, os norte-americanos prenderam espiões alemães aos montes e nenhum foi executado", comparou.
Feklisov afirmou ainda que as informações fundamentais sobre a bomba chegaram a Moscou por intermédio do físico alemão Klaus Fuchs, que foi apenas condenado a 14 anos de prisão.
A família dos Rosenberg não se pronunciará até que a TV norte-americana exiba documentário sobre o caso, no qual há entrevista com Feklisov. O documentário deve ir ao ar no domingo.

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