São Paulo, segunda-feira, 17 de março de 1997
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História e natureza se misturam na ilha

SILVIO CIOFFI
DO ENVIADO ESPECIAL

O arquipélago de Fernando de Noronha, com seus 26 km², é o topo de uma montanha vulcânica.
Sua ilha principal, a que dá nome ao arquipélago, tem 17 km² e é sede da cidadezinha conhecida como Vila dos Remédios, centro histórico que abriga uma singela igreja colonial de 1722, um forte de 1732 -do qual se vê a vila e muito do arquipélago- e o Palácio São Miguel, construído em 1737.
Mas é nas áreas verdes, no Parque Nacional Marinho, de 112,7 km², e nas praias que pontilham todo o arquipélago que Fernando de Noronha ostenta toda a sua exuberância de lugar intocado.
O morro do Pico, com 321 m, já foi o melhor lugar para a observação da paisagem, mas a escada de vários lances que leva ao topo é precária e está interditada.
A ilha principal tem mirantes naturais de perder o fôlego na baía do Sancho e na enseada dos Golfinhos, onde esses extraordinários mamíferos marinhos têm seu lugar de descanso e acasalamento.
No Sancho a paisagem se descortina do alto da escada de ferro que dá acesso à praia por dentro de um rochedo. Já a praia propriamente dita tem piscinas naturais e, quando chove, cachoeiras.
Na enseada dos Golfinhos, onde se descobre por que os invasores franceses chamaram o arquipélago de ilha dos Golfinhos, não há praia. Mas a visão é inesquecível quando, bem cedo, os golfinhos-rotadores brincam nesse local que também é frequentado por um sem-número de aves marinhas, como atobás, fregatas e viuvinhas, que fazem ninhos de alga na encosta escarpada.
Chamado pelos surfistas de "Havaí brasileiro", o arquipélago tem ondulações fortes e perfeitas em praias como a da Cacimba do Padre, Boldró e do Cachorro, onde fica o bar do Cachorro -"point" do forró noturno.
Cuidados especiais
Fernando de Noronha não tem turistas acidentais, já que ir às ilhas é decisão que exige preparação. Mas tem turistas acidentados quase todos os dias.
Além da dificuldade de andar em penhascos e arrecifes, o viajante precisa enfrentar a rusticidade das pousadas familiares, onde não há banho quente.
O sol é forte das 7h às 18h e algumas plantas, como a burra-leiteira, causam queimaduras.
Como a ilha não tem iguarias importadas, quem gosta de guloseimas e bebidas sofisticadas precisa levar seu farnel do continente.
(SC)

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