São Paulo, terça-feira, 18 de março de 1997
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Ex-funcionária confirma ter prestado assessoria a AL e PE

IGOR GIELOW; FÁBIO SANCHEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

A ex-funcionária da Prefeitura de São Paulo Maria Helena Cella confirmou ontem ter viajado a Alagoas e Pernambuco a fim de assessorar emissões de títulos para o pagamento de precatórios.
Maria Helena, demitida na sexta-feira por envolvimento com o esquema de emissão irregular de títulos coordenado por seu ex-chefe Wagner Baptista Ramos, ex-coordenador da Dívida Pública de São Paulo, fez a afirmação em depoimento à Polícia Federal.
Segundo ela, as viagens foram custeadas pelo Banco Vetor. Ela negou ter conhecimento de irregularidades em suas operações.
Segundo disse, teria viajado apenas para assessorar outros governos.
"Ela era co-autora do esquema. Resta saber se participou da partilha do dinheiro, ou se era apenas usada por Ramos por ser uma técnica com 20 anos de experiência", disse o senador Romeu Tuma (PFL-SP), que acompanhou parte do depoimento.
O depoimento de Nivaldo Furtado de Almeida, outro antigo subordinado a Ramos, foi adiado para hoje. Ontem, ele disse que era inocente. Assim como Cella, Furtado afirmou não ter recebido nada pelos serviços de consultoria.
Também depôs ontem à PF José Sérgio de Castro Gonçalves, diretor financeiro da Brasinca Industrial, empresa que recebeu um cheque de R$ 33 mil de Fausto Solano Pereira, dono da Boa Safra.
Gonçalves disse que teria recebido o cheque da corretora de câmbio Procap. A Folha esteve ontem na Procap, onde um funcionário chamado Odair disse que desconhece Gonçalves e a Brasinca e que a Procap nunca se relacionou com Fausto Solano Pereira.
Inquérito
A Procuradoria de Justiça Federal pediu ontem a abertura de inquérito sobre as investigações da CPI dos Precatórios.
A procuradora Denise Abade, da 4ª Vara Federal, também pediu à PF o indiciamento de Fábio e Mauro Nahoum, donos do Banco Vetor, e Antônio de Salvo, dono da ADS Assessoria de Comunicação, suspeitos de tráfico de influência no Senado.
(IG e FS)

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