São Paulo, terça-feira, 18 de março de 1997
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Governadores dizem que não temem CPI

DA AGÊNCIA FOLHA

O governador de Pernambuco, Miguel Arraes (PSB), assumiu que foi dele a decisão política que levou o Estado a lançar títulos públicos para o pagamento de precatórios.
Arraes afirmou que, apesar da decisão, não teme o julgamento da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Senado que investiga o caso, por acreditar que "o povo" é quem vai julgá-lo. As declarações do governador foram feitas anteontem, na cidade de Garanhuns (229 km a sudoeste de Recife).
Arraes, segundo sua assessoria de imprensa, afirmou que a operação foi necessária para que o Estado, em crise financeira, pudesse manter os serviços públicos dentro da normalidade.
Parte do dinheiro arrecadado com a emissão dos títulos, confirmou, foi aplicada em obras de eletrificação rural, recuperação de estradas, abastecimento de água e pagamento de salários atrasados.
O governo de Pernambuco emitiu R$ 480 milhões em títulos, mas pagou apenas R$ 26 milhões em precatórios. O restante foi para o caixa único do Estado.
Santa Catarina
O governador de Santa Catarina, Paulo Afonso Vieira (PMDB), disse acreditar que a CPI dos Precatórios do Senado já desenvolveu mais de 90% de suas apurações, e os resultados -na sua opinião- não o atingem.
"Estou muito satisfeito com o desenrolar dos trabalhos, que confirmam o que dizíamos. Nossa operação seguiu um modelo que outros adotaram, analisado pelo Banco Central e aprovado pelo Senado", declarou o governador.
Ele disse nada temer do ponto de vista jurídico, tanto na investigação do Senado como na da Assembléia Legislativa catarinense, que também constituiu uma CPI para apurar supostas irregularidades na emissão de R$ 605 milhões em letras financeiras do governo.
Paulo Afonso sustenta que não cometeu nenhuma irregularidade, seja na relação dos precatórios, no processo de emissão dos títulos ou na utilização dos recursos.
"Delito haveria se deixasse de pagar precatórios, o que não aconteceu", declarou.
Os sete deputados que compõem a Mesa Diretora da Assembléia de Santa Catarina devem apreciar amanhã os dois pedidos de impeachment contra Paulo Afonso.
Alagoas
O pedido de impeachment do governador de Alagoas, Divaldo Suruagy (PMDB), deve ser votado quinta-feira em Maceió, apesar de o grupo governista ter marcado para hoje a apreciação do relatório final da CPI na Assembléia.
O relatório acusa o governador de ter cometido crime de responsabilidade no caso da emissão de R$ 301,7 milhões em Letras Financeiras do Tesouro estadual.

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