São Paulo, terça-feira, 18 de março de 1997
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Líderes não chegam a acordo sobre teto

Reunião tenta acerto

DANIELA PINHEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Às vésperas da votação da reforma administrativa, os líderes governistas estão inseguros quanto à aprovação da emenda pelo plenário da Câmara e ainda não sabem explicar como ficará o artigo que trata do teto salarial de R$ 10,8 mil, o item mais polêmico junto a parlamentares e juízes.
Depois de uma reunião de duas horas no Palácio do Planalto ontem à tarde, o líder do governo na Câmara, Benito Gama (PFL-BA), chegou ao Congresso afirmando que o subteto -a possibilidade de os juízes negociarem com os governadores limites salariais inferiores ao teto- ainda constava do relatório de Moreira Franco (PMDB-RJ).
Minutos antes, o líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), havia afirmado que o artigo tinha sido retirado, por pressão do Judiciário.
Naquele momento, o ministro Luiz Carlos Bresser Pereira (Administração e Reforma do Estado) dava entrevista na Enap (Escola Nacional de Administração Pública) em que "ressuscitava" a solução do extrateto como forma de minimizar as críticas à reforma.
Bresser disse achar "razoável" que algumas categorias (professores, juízes) pudessem ultrapassar até 20% do limite do teto (extrateto) e que houvesse uma carência de um ano e meio para que o teto começasse a vigorar.
Moreira propõe que o maior salário a ser pago pelo serviço público não ultrapasse R$ 10,8 mil, o equivalente aos vencimentos de um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).
Estava previsto um jantar ontem à noite para fechar a questão. No entanto, o próprio relator já admitia ontem a flexibilização do teto. "O problema é saber se o teto para os servidores vai contar o recebido só dos cofres públicos ou também as aposentadorias", disse.
Segundo ele, a preocupação é evitar que, aos olhos da opinião pública, os eventuais ajustes pareçam "máscaras para esconder privilégios".

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