São Paulo, terça-feira, 18 de março de 1997
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Bueiro explode em avenida no Rio e fere 3

FERNANDA DA ESCÓSSIA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Uma explosão causada pelo escapamento de gás natural da tubulação da CEG (Companhia Estadual de Gás) do Rio de Janeiro feriu três pessoas e causou o capotamento de um carro ontem de manhã na avenida Niemeyer, que liga São Conrado ao Leblon (zona sul do Rio).
Segundo nota divulgada pela CEG, o gás vazou e se infiltrou por aproximadamente 2 km de galerias subterrâneas de manutenção elétrica da Light. Às 8h30, um dos bueiros explodiu, e a tampa atingiu o Gol preto placas LIG-8659 que passava pelo local.
O impacto fez com que o carro capotasse. O dono do carro, o empresário Alexandre Dyskant, 41, sofreu ferimentos leves. Seu motorista, Jesus Troncoso Perez, 60, teve um corte profundo na cabeça.
Rogério da Silva, morador do Vidigal, foi socorrer os dois e acabou atingido por um pedaço de ferro do automóvel destruído. Os três foram atendidos no Hospital Miguel Couto (na Gávea, zona sul).
Até o final da tarde, a CEG não havia divulgado laudo técnico apontando a causa da explosão. O ponto inicial do vazamento também não havia sido localizado.
O gás foi passando pelas galerias da Light e se infiltrou em pelo menos cinco caixas. Os técnicos da companhia abriram todas as caixas na avenida para evitar que o gás se acumulasse e provocasse novas explosões.
Moradores do morro do Vidigal, à margem da Niemeyer, disseram que os técnicos da CEG demoraram a chegar e afirmaram que são comuns pequenas explosões nos bueiros e cheiro de gás na avenida.
"Na semana passada houve uma explosão aqui, mas não feriu ninguém. Já reclamamos várias vezes, mas a CEG vem, mexe e não resolve", afirmou o taxista Manoel Ferreira da Silva.
O empresário e o motorista devem pedir indenização à CEG. O carro ficou totalmente destruído. Silva, ferido ao socorrer os ocupantes do Gol, também pretende pedir indenização.
Segundo o diretor técnico da CEG, Renato Barbosa, as duas tubulações da empresa na Niemeyer foram trocadas em meados do ano passado. Os canos, em aço e ferro fundido, abastecem de gás natural cozinhas e aquecedores de 402 residências do Vidigal.
Ele afirmou também que não havia perigo de novas explosões e que não era necessário interditar as casas do Vidigal. Barbosa disse que só depois da realização de uma perícia técnica capaz de esclarecer as causas da explosão a CEG discutiria indenização para as vítimas.
A assessoria de imprensa da CEG não confirmou os vazamentos de gás na área do Vidigal e atribuiu o cheiro da gás ao fato de muitos moradores do morro usarem gás de botijão para cozinhar.
A assessoria de imprensa da Light informou que a empresa não tem nenhuma responsabilidade sobre o caso e sobre as vítimas. Não houve falta de energia elétrica na região.

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