São Paulo, terça-feira, 18 de março de 1997 |
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Carta tenta racionalizar desenvolvimento
RONI LIMA
Fundador e presidente da ONG (organização não-governamental) Green Cross International (Cruz Verde Internacional), Gorbatchov é um dos principais convidados da reunião ambiental Rio+5, que termina amanhã no Rio. Ele integra o grupo que discute a redação final da Carta da Terra -documento final da Rio+5, contendo recomendações sobre o meio ambiente e desenvolvimento, a ser entregue na ONU. "Não estou fazendo drama, mas vejo drama à nossa frente se continuarmos do jeito que estamos (nos desenvolvendo)", disse Gorbatchov. Para ele, a grande tarefa agora é traduzir os princípios da Carta da Terra em políticas e legislações nos diferentes países. Ele disse que, com o fim do comunismo, é possível "sentar na mesa e conversar" sem que haja conflito de interesses. "Temos a obrigação, por meio do comércio, da ecologia e do direito de reorganizar o mundo." Hoje à tarde, deverá ser anunciada a redação final do documento. A Rio+5 é um encontro de caráter não-governamental. Em junho, Gorbatchov e o organizador da Rio+5, o canadense Maurice Strong, deverão entregar uma cópia da Carta da Terra na reunião da ONU que fará um balanço oficial dos cinco anos após a Eco-92. Respeito Deverá ficar de fora o desejo de ONGs da América Latina de incluir uma recomendação pelo fortalecimento de organismos nacionais como os comitês de desenvolvimento sustentável. Essas ONGs reclamam que esses organismos -formados por representantes de governos e da sociedade civil para propor ações de desenvolvimento sustentável- não têm funcionado a contento, além de não ter poder deliberativo. O diretor-executivo da ONG Conselho da Terra, Maximo Kalaw, da organização da Rio+5, disse que esse tema é técnico, devendo ser decidido depois, em termos de legislação, por cada país. Texto Anterior: Polícia descobre 'fábrica' de documentos Próximo Texto: O que diz a Carta da Terra Índice |
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