São Paulo, terça-feira, 18 de março de 1997 |
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Polícia descobre 'fábrica' de documentos
MARCELO GODOY
Três carros roubados -um Mazda, um Gol e uma Fiorino- foram apreendidos. O comerciante Maurício José Franco Reato, 37, foi preso em flagrante. O delegado Arthur Frederico Moreira, da Divisão de Crimes de Trânsito, disse que o acusado teria montado uma espécie de "minidetran", se referindo ao Detran (Departamento Estadual de Trânsito). Segundo o delegado, o acusado tinha em casa programas de computador para falsificar autenticações mecânicas dos bancos Real e do Brasil. Com isso, era possível forjar documentos de pagamento de IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), de recolhimento de taxas como as do seguro obrigatório e da transferência de propriedade de veículos. Além disso, ele possuiria certificados de propriedade de veículos em branco. Esses documentos eram originais e teriam sido furtados do Detran de São Paulo. O acusado também teria pinos de ferro e de plástico para a remarcação de números de chassis no motor e nos vidros de carros. Três placas de carros e cerca de dez plaquetas de identificação de veículos foram encontradas na casa. "Todas as plaquetas são de carros roubados", disse o delegado. Os policiais disseram ter achado também uma pistola calibre 380, um celular, três computadores, disquetes com a contabilidade do acusado, chaves falsas, fechaduras de carros, carteiras de identidade roubadas e CICs. "Atualmente, ele era especializado em 'esquentar' carros roubados. Usava documentos originais, mas as informações eram falsas", afirmou o delegado. A investigação que levou à detenção do acusado durou 20 dias. Reato era foragido da Justiça -ele está condenado a oito anos de prisão sob a acusação de furto e receptação de objetos roubados. Agora, os policiais deverão apurar as informações contidas na memória dos computadores e dos disquetes apreendidos. "Investigamos a possibilidade de outras pessoas estarem envolvidas nas falsificações", disse o policial. Silêncio Reato não quis dar entrevista ou prestar depoimento à polícia. Disse que só dará sua versão do fato ao juiz que examinar seu caso. "Não tenho nada a declarar sobre o que supostamente foi apreendido em minha casa", disse Ele irá responder -preso- a um processo sob as acusações de manter material de falsificação, de receptar carros roubados e de falsificar documentos públicos e privados. Texto Anterior: Operação Centro reduz violência, diz governo Próximo Texto: Carta tenta racionalizar desenvolvimento Índice |
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