São Paulo, terça-feira, 18 de março de 1997
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Identificados 20 participantes de quebra-quebra no Paraná

Manifestantes depredaram delegacia anteontem

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

A Polícia Civil de Londrina (PR) identificou ontem 20 pessoas que teriam participado das depredações do posto da Polícia Rodoviária e da Delegacia de Polícia de Ibiporã, anteontem, em protesto contra a morte do pastor José Idalécio Bueno por policiais militares no dia 8 de março.
O quebra-quebra começou durante protesto exigindo punição dos culpados pela morte de Bueno. O sargento Levi Teófilo e três soldados são acusados de espancarem até a morte o pastor após uma discussão por direção perigosa.
Após a passeata, que começou no centro de Ibiporã e seguiu até o cemitério municipal, centenas de manifestantes destruíram o posto da Polícia Rodoviária da cidade, na rodovia BR-369, e a delegacia.
Ontem, o delegado-chefe de Londrina, Leonyl Ribeiro, disse que a polícia já sabe quem são cerca de 20 pessoas que participaram da depredação e que outras estavam sendo identificadas por imagens de televisão.
O secretário de Segurança Pública do Paraná, Cândido Martins de Oliveira, esteve ontem em Ibiporã para avaliar os prejuízos e decidir pela designação de um delegado especial para apurar o confronto entre os manifestantes e a PM.
Segundo Oliveira, a morte do pastor "comoveu a população". Ele atribuiu a "elementos infiltrados, que extravasaram sua sanha contra os prédios públicos", a culpa pelo quebra-quebra na cidade.
Depois do confronto em Ibiporã, o promotor Janderson Camões Yassaka, da 1ª Vara Criminal de Londrina, foi nomeado pela Procuradoria Geral do Estado para acompanhar o Inquérito Policial Militar que apura o envolvimento dos policiais acusados pela morte.
O Instituto de Criminalística de Londrina divulgou laudo atestando que o carro do pastor possuía problemas no freio e direção, o que fazia com que o carro "dançasse na pista".
Bueno foi abordado pelo sargento Levi Teófilo porque seu carro andava em ziguezague. O sargento afirmou que usou apenas a violência necessária para conter Bueno, que estaria bêbado.
O pastor morreu no interior de um carro da PM quando estava sendo levado para o hospital Cristo Rei, em Ibiporã.

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