São Paulo, terça-feira, 18 de março de 1997
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Que tédio!

JUCA KFOURI

E segue o Paulistão em seu ritmo previsível.
Tão entediante que, dos clássicos disputados no domingo pelo país, São Paulo e Santos foi o que atraiu menos público, superado pelo Fla-Flu e por Atlético-MG x Cruzeiro -embora o campeão da última Copa do Brasil tenha jogado com seus reservas, poupando os titulares para as próximas partidas da Taça Libertadores -a primeira delas hoje, contra o Alianza, do Peru.
Os clássicos entre os quatro grandes de São Paulo, por sinal, têm sido sinônimos de empates, exceção feita a apenas um: a vitória do Palmeiras sobre o Santos na primeira fase.
Corinthians 2 x 2 São Paulo; Palmeiras 2 x 2 Corinthians e São Paulo 1 x 1 Santos foram os resultados que mantêm tudo como está e evitam crises, ficando a diferença para os confrontos com os menores.
Aí, um time mais entrosado como o Palmeiras só treina. Treina e goleia, com show da dupla Luizão-Viola, mas corre o mesmo risco da seleção brasileira na hora de enfrentar adversários de verdade.
O Corinthians também dá o ar de sua graça e passa por cima do São José com mais facilidade do que costuma encontrar quando treina no CT de Itaquera, não só porque o gramado do Canindé é melhor como também porque o time reserva do alvinegro é incomparavelmente melhor que a equipe do Vale do Paraíba.
Assim, entre um e outro bocejo, os 26.425 pagantes no Morumbi vaiaram o clássico -igual aos 30.323 presentes ao Maracanã, que também não gostaram muito do que viram, e aos 41.545 que foram ao Mineirão e saíram bravos, até porque a maioria era de atleticanos.
E a vida do torcedor segue sem maiores emoções enquanto duram os campeonatos estaduais, tão chatos como mais esta coluna sobre os mortos que esqueceram de enterrar.
Mas tudo bem. Afinal, entre hoje e amanhã teremos a Portuguesa de Rodrigo contra o Corinthians de Túlio, o Juventus de Basílio contra o São Paulo de Denílson, e o Palmeiras de Viola contra a... Portuguesa Santista de..., de..., de... Santos!
Vai ser bom demais. Principalmente para quem sofre de insônia.
*
Os alemães clamam por Élber, do Stuttgart, e os franceses por Anderson, do Monaco, na seleção. Definitivamente, Zagallo tem o melhor e o pior emprego do mundo.

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