São Paulo, terça-feira, 18 de março de 1997
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Números revelam os lucros do prêmio

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Ganhar um Oscar não é simplesmente uma recompensa gratificante. Significa também dinheiro para os cofres. Muito dinheiro.
Estima-se que nos EUA e Canadá a estatueta de melhor filme signifique um aumento de US$ 5 milhões a US$ 30 milhões na receita do premiado (não existem dados referentes aos demais mercados). Metade da receita de US$ 59 milhões arrecadada por "Um Estranho no Ninho", de Milos Forman, é atribuída aos Oscars de melhor filme e ator que ele recebeu, entre outros.
"Os Melhores Anos de Nossas Vidas", que já era sucesso antes de receber o Oscar de melhor filme, em 1947, tornou-se o ganhador mais bem-sucedido comercialmente até então. O aumento na receita foi de mais de US$ 11 milhões. Como esse dado não leva em conta a inflação, ele equivaleria a pelo menos US$ 80 milhões em 1990.
Os produtores lucram ainda com a venda dos direitos para TV e vídeo. Em 1984, a rede americana CBS pagou US$ 4,5 milhões por "Carruagens de Fogo", e sua colega, NBC, mais de US$ 12 milhões por "Num Lago Dourado", ambos eleitos pela academia.
Os atores também sentem os reflexos da vitória. Dustin Hoffman recebeu só US$ 17 mil por seu primeiro filme, "A Primeira Noite de Um Homem", que lhe valeu uma indicação. Mesmo sem ganhar, seu salário já aumentou para US$ 400 mil. Nos anos 70, já com duas indicações, recebia US$ 1 milhão por filme, e em "Tootsie", o primeiro rodado depois do Oscar por "Kramer vs. Kramer", Hoffman ganhou US$ 5 milhões.
A trajetória de Marlon Brando é parecida. Depois da primeira estatueta por "Sindicato de Ladrões", Brando viu seu salário saltar de US$ 100 mil para US$ 1 milhão. E após a segunda estatueta, pela atuação em "O Poderoso Chefão", Brando recebeu US$ 1,5 milhão mais porcentagem nos lucros.

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