São Paulo, terça-feira, 18 de março de 1997 |
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Filha de Jobim exibe desenhos
CASSIANO ELEK MACHADO
Com poucos traços, em que reproduz com liberdade os tubos de tinta com os quais trabalha, a filha de Tom Jobim caminha em direção da ressurreição da natureza-morta. Com cores discretas, Jobim retoma o caminho de Morandi (1890-1964), com quem trava um sofisticado diálogo, e reveste suas "naturezas-vivas" com uma expressividade à Iberê Camargo. "Chega-se a pensar se os desenhos não saem diretamente dos tubos, junto com a tinta, e, num movimento contrário ao tempo, retornam para dentro dos mesmos tubos", assinala o crítico Paulo Venâncio Filho à respeito de Beth. Seus desenhos e pinturas cariocas, parentes da bossa nova, chegam hoje ao público paulistano, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud. Membro "marginal" da chamada Geração 80, Elizabeth Jobim se orgulha de andar para o lado oposto da "academia da transgressão", caminho dos pós-modernos. Com um doce balanço, ela segue a trilha pela qual seu sobrenome já passeou com maestria e pinta o amor. Há um erotismo latente no trabalho da artista. Beth desenha e pinta tubos retorcidos, "cheios de tintas ou esvaziados". "Sugerem um entrelaçamento de corpos", comenta. A qualidade da obra da artista passa até pelo crivo do rigoroso crítico de arte Rodrigo Naves, que esteve na galeria durante a entrevista. "O desenho de Elizabeth Jobim é um dos melhores trabalhos surgidos no Brasil nos últimos anos", diz Naves. Exposição: Elizabeth Jobim Vernissage: hoje, às 20h Quando: seg a sex, das 10h às 19h; sáb, das 11h às 14h; até 19 de abril Onde: Gabinete de Arte Raquel Arnaud (r. Artur de Azevedo, 401, Pinheiros, tel. 011/883-6322) Preços das obras: de R$ 800 a R$ 3.000 Texto Anterior: Hishinuma mostra pós-punk Próximo Texto: Abra inaugura sua última mostra de 96 Índice |
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