São Paulo, quarta-feira, 19 de março de 1997
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Vetor pagou viagens de funcionários

FERNANDO GODINHO
MARTA SALOMON

FERNANDO GODINHO; MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os documentos apreendidos pela CPI dos Precatórios na contabilidade da empresa Fórmula Viagens e Turismo revelam que os quatro funcionários da Prefeitura de São Paulo envolvidos nas operações investigadas fizeram 18 viagens pagas pelo Banco Vetor.
Esses documentos também comprovam o pagamento, pelo Vetor, do aluguel de um carro em nome de Nicéa Pitta, mulher do prefeito Celso Pitta (PPB).
Além das viagens entre as cidades de São Paulo, Rio, Recife, Florianópolis e Brasília, houve duas despesas em hotéis. As faturas são do período de março a maio de 96.
"Vamos deixar de cinismo. É evidente que a Prefeitura de São Paulo está enredada nesse processo até a raiz dos cabelos", disse ontem o relator da CPI, senador Roberto Requião (PMDB-PR),
Além de Wagner Ramos (ex-coordenador da Dívida Pública do município), foram beneficiados pelo Vetor os funcionários Pedro Neiva Filho (assessor de Ramos), Maria Helena Cella (especializada em contabilidade) e Nivaldo de Almeida (autor do programa de computador que calculou o valor dos precatórios).
Por diversas vezes, os funcionários da prefeitura viajaram com diretores do Vetor, entre eles Fábio Nahoum e Ronaldo Ganon (principais controladores do banco).
As viagens foram feitas antes de o Vetor fechar os contratos com Pernambuco e Santa Catarina para a emissão dos títulos desses Estados, destinada ao pagamento de sentenças judiciais (precatórios).
Para a CPI, isso evidencia que os funcionários da prefeitura paulistana participaram diretamente na montagem das operações que permitiram o lançamento dos títulos desses dois Estados.
"Esses documentos vinculam o prefeito a, pelo menos, o conhecimento claro da existência do Vetor, que pagou contas de sua esposa", disse Requião. O Vetor recebeu R$ 55,408 milhões para comandar emissões de títulos catarinenses e pernambucanos em 1996.

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