São Paulo, quarta-feira, 19 de março de 1997
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Ieltsin veta posse de butim nazista

Destino de obras é discutido

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente da Rússia, Boris Ieltsin, vetou ontem lei que tornava patrimônio russo as obras de arte tomadas pelo país dos nazistas, ao final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A medida visa diretamente as relações da Rússia com os europeus -especialmente a Alemanha. O projeto de nacionalizar as obras havia sido aprovada pelo Parlamento, dominado pela oposição neocomunista e neofascista.
Segundo Ieltsin, o projeto "não levava em conta as normas do direito internacional". A oposição argumenta que essas obras são uma espécie de compensação pelos danos sofridos pela Rússia durante a guerra.
Ieltsin prometera ao chanceler (premiê) alemão, Helmut Kohl, que discutiria com o governo alemão o destino das obras. Kohl é amigo de Ieltsin e considerado seu principal aliado continental.
Agora, para tornar o projeto lei, o Parlamento deve retomá-lo e aprová-lo por dois terços.
Tróia e Van Gogh
Além de 200 mil obras de arte, a Rússia também guarda consigo 500 mil livros raros e toneladas de documentos históricos. Alguns desses itens já haviam sido confiscados pelos nazistas em suas ocupações, e agora os países que eram os "donos" originais também reivindicam sua devolução.
Entre as obras estão o chamado "Tesouro de Tróia", exposto atualmente na Galeria Púchkin, em Moscou, e telas de Van Gogh, Gauguin, Picasso e El Greco, entre outros artistas.

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