São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 1997
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Maluf vai para o Oriente Médio

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Paulo Maluf deixou Paris ontem. O destino do ex-prefeito tem duas versões contraditórias.
Segundo a telefonista do hotel Plaza Athénée, na capital francesa, Maluf viajou à tarde para a Arábia Saudita.
A assessoria de imprensa do ex-prefeito informou que Maluf teria ido para os Emirados Árabes Unidos. A viagem não constava do roteiro inicial das férias do líder do PPB e, ainda de acordo com sua assessoria, foi definida depois que Maluf recebeu, em Paris, convite de um xeque morador daquele país do Oriente Médio.
O ex-prefeito está fora do país desde o último dia 5. A avaliação do círculo de políticos mais próximo de Maluf é que a ausência permitiu até agora que ele ficasse apenas como personagem coadjuvante do caso, o que poderia não ocorrer caso estivesse no país.
Foi Maluf, de Paris, o autor da ordem para que a maioria governista na Câmara Municipal de São Paulo colocasse em votação e derrotasse anteontem o pedido de abertura de CPI local para investigar o suposto esquema de emissão fraudulenta de títulos da prefeitura para pagar precatórios.
Maluf avaliou que a derrota da proposta de criação da CPI ajudaria a diminuir o impacto negativo causado pela revelação que o Banco Vetor pagara uma locação de carro para Nicéa Pitta, mulher do atual prefeito paulistano.
Parte da bancada paulista do PPB vai se encontrar hoje em Brasília para preparar uma reunião com Pitta em São paulo, no próximo fim-de-semana.
Os deputados acham que Edevaldo Alves da Silva, secretário municipal de Governo, está orientando mal o prefeito ao sugerir que a derrota da criação da CPI na Câmara paulistana encerraria o caso.
Edevaldo, homem de confiança de Maluf, não quis dar entrevista à Folha ontem.

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