São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 1997
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Documento da prefeitura liga Pitta ao Banco Vetor

Para prefeito, ofício que autorizou venda de título é praxe

DA REDAÇÃO

Documento revelado ontem pela CPI dos Precatórios liga o prefeito paulistano, Celso Pitta, ao Banco Vetor. Em ofício endereçado ao Banco do Brasil, o então secretário das Finanças determinou a venda de Letras Financeiras do Município de São Paulo ao Vetor no valor de R$ 70 milhões.
Os títulos foram vendidos com deságio de 11,08%. Sem esse desconto, a receita da prefeitura seria de R$ 79,367 milhões. Pitta afirmou que o ofício faz parte das "operações padrão de mercado", não caracterizando relação dele com o Vetor, e defendeu a operação, que teria sido lucrativa para a prefeitura.
Ontem, o Ministério Público de São Paulo reabriu inquérito para apurar se os títulos que a prefeitura emitiu para pagar precatórios realmente tiveram esse destino.
O Senado aprovou a emissão de R$ 33 milhões em títulos de Santa Catarina em uma tramitação com os mesmos problemas atualmente condenados pela CPI. A emissão foi debatida e aprovada em menos de seis horas pela Comissão de Assuntos Econômicos, o parecer do Banco Central foi desconsiderado e o projeto terá regime de urgência. O relator foi Vilson Kleinubing (PFL-SC), autor da denúncia que originou a CPI.
A CPI vai pressionar doleiros com escuta telefônica e quebra de sigilo bancário. "A vida dos doleiros vai virar um inferno", disse Roberto Requião (PMDB-PR), relator da CPI. O objetivo é chegar ao dinheiro desviado em operações suspeitas.
A Assembléia alagoana vota hoje pedido de impeachment do governador Divaldo Suruagy (PMDB), suspeito de fraude no uso de recursos para o pagamento de precatórios.

LEIA MAIS sobre a CPI nas págs. 1-5, 1-6 e 1-8

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