São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 1997
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Delegado escapa de tentativa de assalto

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma mãe-de-santo está sendo acusada de chefiar uma quadrilha responsável por assaltos em caixas eletrônicos em São Paulo.
Anteontem, o grupo tentou roubar o delegado Maurício Guimarães Soares. Houve tiroteio. Soares e um acusado foram baleados.
Maria Lúcia Pereira Dias, 34, negou ao depor qualquer participação na quadrilha. Disse ser apenas a "orientadora espiritual" dos outros três acusados presos.
Três horas depois do crime, foram apreendidos um revólver calibre 38 e uma pistola calibre 380, segundo a polícia, na casa da mãe-de-santo. Ela foi presa em companhia de Ciro Ricardo Amaro Correa, 24, que teria participado da tentativa de roubo.
Correa também negou o crime ao depor. Foi Maria Lúcia quem arrumou um cheque de R$ 6.000 que serviu de garantia para a internação de Carlos José da Silva, 22, reconhecido por testemunhas como um dos homens que tentou assaltar o delegado.
Soares, 30, é o titular da Delegacia Anti-Sequestro. Ele e o administrador de empresas Cláudio Buso, 31, estavam parados, às 21h30, em um Tempra na rua Caraibas, na Pompéia (zona oeste).
O delegado fazia uma ligação com o telefone celular quando um homem se aproximou do carro. Segundo Buso, o o assaltante chegou e, sem dizer nada, disparou duas vezes. O delegado sacou uma pistola calibre 9 mm e, de acordo com seu amigo, revidou.
Baleado, o ladrão atravessou a rua e fugiu com um colega que lhe estava dando cobertura. Buso levou o delegado ao Hospital São Camilo. O delegado, que foi atingido no braço e no peito, foi operado e, embora não corresse mais risco de vida, permanecia internado na UTI até as 18h30 de ontem.
A Polícia Civil passou a procurar em hospitais para tentar encontrar o assaltante baleado. No Hospital Iguatemi (zona sul), acharam Carlos José da Silva.
Ele estava acompanhado por Laércio Pereira da Costa, 24, que dizia que o amigo havia sido vítima de um roubo. O administrador foi ao hospital e reconheceu Silva.
Ao ser questionado após o reconhecimento, Costa teria admitido ter participado do roubo. Disse que estava dirigindo o Tipo usado pelo grupo. Silva, Costa e Correa se encontraram às 19h30 para "roubar" alguém obrigando-o a retirar dinheiro em caixas eletrônicos.
Costa negou que a mãe-de-santo participasse do grupo. Ele disse que Silva abordou o delegado e que Correa deu cobertura. Após o tiroteio, os dois teriam saído correndo na direção oposta àquela onde o Tipo os estava esperando.
O acusado disse que conseguiu achar os colegas. Enquanto estava no hospital com Silva, Correa teria ido à casa da mãe-de-santo pegar o cheque e pagar a internação.

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