São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 1997 |
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Sinfônica apresenta Rachmaninov e Brahms
IRINEU FRANCO PERPETUO
No programa, a "Sinfonia nº 2", de Rachmaninov, e o "Concerto para Piano nº 1", de Brahms, tendo como solista Gilberto Tinetti. Semkov estudou com alguns dos maiores regentes do século, como Bruno Walter, Erich Kleiber, Georg Szell e Tullio Serafin. Mas o mais importante de todos foi o russo Evgueni Mravinski, do qual foi assistente na então Filarmônica de Leningrado, até 1956. "Por ser o único dos próximos a Mravisnki ainda vivo, fui convidado para dar um concerto em sua homenagem, em São Petersburgo, em 4 de junho, dia de seu aniversário", explicou. "Ele tinha uma cultura colossal, com um profissionalismo levado ao máximo", disse. "Mravinski era um grande filósofo, no sentido de sempre procurar explicar o mundo". Programa Com Mravinski, Semkov aprendeu a "procurar o que está atrás das notas". E apresenta uma visão muito própria da segunda sinfonia de Rachmaninov. "Normalmente, ela é vista como um pot-pourri de belas melodias, que Rachmaninov sabia escrever muito bem", diz. Porém, uma leitura precisa e sensível acaba revelando outras coisas na obra. "Rachmaninov baseou sua composição no 'Dies Irae', o hino da morte, para traçar um grande afresco psicológico de sua pátria, a Rússia, uma nação com dramas e problemas dostoievskianos", disse. Com relação ao concerto de Brahms, o maestro é mais sintético: "é música da mais nobre qualidade. Se Deus existe, ele fala como o segundo movimento desta obra", finalizou. Concerto: Orquestra Sinfônica Municipal, com o regente Jerzy Semkov e o solista Gilberto Tinetti Quando: sex, às 20h30, e dom, às 10h30 Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, s/nº, tel. 222-8698) Preço: de R$ 2,00 a R$ 8,00 Texto Anterior: Uzyna volta com Artaud Próximo Texto: Quarteto Livre toca seu "jazz brasileiro" Índice |
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