São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 1997
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Israel faz crítica a reunião de Lamia com políticos

Ex-prisioneira é recebida pelo Congresso brasileiro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Embaixada de Israel no Brasil emitiu ontem nota oficial em que lamenta que Lamia Maruf Hassan tenha sido recebida por autoridades do governo e do Congresso brasileiros.
"Israel lamenta a disposição de respeitadas personalidades públicas e oficiais de receber a referida terrorista", afirmou a embaixada.
Segundo a nota, Lamia "deve a sua libertação a uma decisão israelense soberana, difícil e também dolorosa" e "ela não foi libertada por causa de uma pressão ou intervenção externa".
Lamia, condenada em Israel por participação no assassinato de um militar, foi libertada neste ano por decisão do governo israelense.
Ela se encontrou ontem de manhã com o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA) e, em seguida, com o presidente do Senado e do Congresso, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Na quarta, ela foi recebida pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e pelo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). Ontem à tarde, ela foi recebida pelo subsecretário-geral para Assuntos Políticos do Itamaraty, Ivan Cannabrava, que foi embaixador em Israel quando ela estava presa.
Segundo Sérgio Danese, porta-voz do Itamaraty, a visita foi pedida por Lamia para agradecer o apoio que recebeu quando estava presa.
A Folha apurou que o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Felipe Lampreia, preferiu não receber Lamia para evitar conflito diplomático com os israelenses.
Lamia disse à Folha que "o apoio do Itamaraty foi ótimo" quando estava presa. "Todos os embaixadores brasileiros que passaram pelo país me visitaram", disse ela.
Segundo a assessoria de Antonio Carlos Magalhães, ele não teve conhecimento da nota. Temer afirmou que recebeu Lamia a pedido de deputados e não quis comentar a nota. A secretária da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Valbia Lora, disse que a visita a Luís Eduardo Magalhães foi marcada a pedido de deputados.
Lamia disse à Folha que "o apoio do Itamaraty foi ótimo" quando estava presa. "Todos os embaixadores brasileiros que passaram pelo país me visitaram", afirmou ela.

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