São Paulo, sábado, 22 de março de 1997
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Pitta diz que operações foram legais e lucrativas

DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Celso Pitta disse ontem que não teme perder o cargo por causa das investigações do Ministério Público sobre sua atuação como secretário das Finanças da cidade de São Paulo porque, afirmou, "quem não deve não teme."
"Tudo isso que está sendo falado a meu respeito ainda não tem e não terá nenhuma evidência, porque não há nada de errado, não há nada de ilegal, não há nada de prejuízo que a minha gestão à frente da Secretaria das Finanças tenha causado à prefeitura."
O prefeito fez essas declarações ontem, depois de participar da cerimônia de entrega de 320 apartamentos aos moradores do Conjunto Habitacional Antonio Sampaio, em Campo Limpo (zona sul).
Após a cerimônia, Pitta deu entrevista coletiva à imprensa. A seguir as principais declarações.
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Pergunta - O sr. não deu até agora explicações convincentes sobre suas ligações com o Banco Vetor no caso do ofício em que o sr. determina ao Banco do Brasil a venda de papéis para o Banco Vetor.
Celso Pitta - Essa operação com o Banco Vetor foi uma operação padrão de venda de títulos igual a outras que ocorreram na mesma época. É um ofício padrão que a Secretaria das Finanças emite toda vez que há uma negociação de títulos. Repito que não tenho nenhum contato ou relacionamento com o Banco Vetor.
Essa operação que foi divulgada ontem é uma operação de mercado absolutamente normal e muito lucrativa para a prefeitura, conforme demonstram documentos à disposição da imprensa.
Pergunta - Houve ou não prejuízo? Quando é que vamos saber quem está falando a verdade?
Pitta - No exato momento em que qualquer matemático verificar a operação sob o ponto de vista financeiro. No seu conjunto, essas operações produziram um rendimento financeiro de R$ 150 milhões para a prefeitura, conforme atestado pelo Tribunal de Contas.
Pergunta -O sr. acha que tem sido vítima de perseguição por parte da CPI dos Precatórios?
Pitta - Há mais de 30 dias venho me colocando à disposição da CPI para ir lá dar todo e qualquer esclarecimento. Casos como esse que são absolutamente simples são elucidados no ato.
Pergunta - O presidente da CPI, senador Bernardo Cabral (PFL-AM), disse que a situação do sr. ficou complicada com a descoberta desse novo documento.
Pitta - Da maneira com que esse assunto foi colocado permitiu esse tipo de interpretação. Esse ofício faz parte de um conjunto de muitos ofícios, que são, na realidade, as operações financeiras da prefeitura. Se essa informação fosse passada ao senador Bernardo Cabral, ele possivelmente teria um outro entendimento.
Pergunta - A própria CPI tem levantado suspeita com relação aos documentos encontrados.
Pitta - Essa é a minha maior reclamação, porque estou à disposição da CPI, mas não sou chamado a prestar os esclarecimentos.

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