São Paulo, sábado, 22 de março de 1997 |
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Castanho diz que houve 'coincidência'
DA REPORTAGEM LOCAL O comerciante Victor Hugo Castanho, que recebeu R$ 100 mil provenientes do esquema de lavagem de dinheiro da venda irregular de títulos de Santa Catarina, insiste em dizer que tudo não passou de coincidência.Para Castanho, o fato de ser amigo, ex-colega de trabalho e ex-vizinho de Wagner Baptista Ramos, e ainda ter recebido o dinheiro da empresa "laranja" Ianes Representações, não prova que ele participava do esquema. Castanho ocupou a gerencia administrativa da Secretaria de Finanças na gestão de Luiza Erundina. Na época, Wagner Baptista Ramos já era coordenador da Dívida Pública do município. Ramos é apontado pela CPI dos Precatórios como mentor do esquema irregular de emissão de títulos. Quando Paulo Maluf assumiu, em 1993, Castanho deixou a prefeitura porque seu cargo era de confiança. Castanho contou que vendeu dólares para a Fast, casa de câmbio de Enrico Picciotto, dono da corretora Split, envolvida no escândalo dos precatórios. Como costumava negociar com a Fast, Castanho disse que aceitou o cheque da Ianes. A sua loja fica quase em frente à Fast, na rua Oscar Freire (Jardins). Mesmo passando por dificuldades financeiras e morando de aluguel, ele levantou os R$ 100 mil para emprestar a um amigo. "Fiz isso por solidariedade", afirmou. Ele juntou R$ 60 mil de suas economias e pediu outros R$ 40 mil a um cunhado para poder emprestar ao amigo. Os R$ 60 mil são provenientes, segundo o comerciante, de sua loja de roupas e do trabalho que desenvolve como consultor de empresas. Texto Anterior: Pitta diz que operações foram legais e lucrativas Próximo Texto: CPI já sabe quem recebeu dinheiro Índice |
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