São Paulo, sábado, 22 de março de 1997
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Governador de Santa Catarina nega desvio

FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS (SC); DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O governador de Santa Catarina, Paulo Afonso Vieira (PMDB), disse ontem, antes de embarcar para os EUA, que em nenhum momento deixou de pagar precatórios (dívidas originadas por decisões judiciais).
"Não deixamos de pagar os precatórios em nenhum instante. Mas me parece que em outros Estados isso (a utilização do dinheiro para outros fins) até é visto como um gesto de dignidade", ironizou o governador catarinense.
Mesmo ameaçado de ser afastado de seu cargo pela Assembléia Legislativa, que pode votar um pedido de impeachment do governador, Paulo Afonso vai ficar oito dias em Boston, participando da 1º Conferência Brasileira de Ciência e Tecnologia.
Impeachment
O jurista Evandro Lins e Silva, que assinou o pedido de impeachment do ex-presidente Fernando Collor, em 1992, vai auxiliar a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Santa Catarina, mobilizada atualmente em um processo semelhante.
Silva e o jurista Sérgio Ferraz foram designados pelo Conselho Federal da OAB para auxiliarem o advogado catarinense Luiz Gonzaga de Bem, que está acompanhando os trabalhos da CPI da Assembléia Legislativa sobre supostas irregularidades em operações envolvendo títulos emitidos pelo governo estadual.
Gonzaga de Bem, representante da OAB-SC na CPI, já concluiu que existem "elementos de sobra" para pedir o impeachment do governador Paulo Afonso Vieira (PMDB). Ele fará o relatório ajudado por Silva e Ferraz, que devem chegar a Florianópolis depois de Semana Santa.
O relatório será votado, posteriormente, pelo conselho da OAB-SC, composto por 34 integrantes. Dois pedidos de impeachment já foram encaminhados à Assembléia.

Colaborou a Agência Folha, em Porto Alegre.

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