São Paulo, sábado, 22 de março de 1997 |
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Prefeitura inicia campanha 'reage, Pitta' ROGÉRIO GENTILE e RICARDO FELTRIN ROGÉRIO GENTILE; RICARDO FELTRIN
Depois de um mês com a Prefeitura de São Paulo praticamente paralisada por causa das denúncias da CPI dos Precatórios, secretários, vereadores e assessores políticos começaram a articular uma espécie de "reage, Pitta". O objetivo é estancar os prejuízos causados pelas denúncias da CPI e mostrar publicamente que o governo Pitta está funcionando normalmente, apesar da crise. Desde ontem a agenda de Pitta voltou a privilegiar eventos externos, como inaugurações e vistorias de obras. Ontem, por exemplo, depois de 21 dias, Pitta voltou a participar de uma inauguração. Ele entregou apartamentos da Cohab para moradores de Campo Limpo, na zona sul de São Paulo. A prefeitura também voltou a anunciar projetos para tentar tirar o foco das atenções da comissão em Brasília. A Secretaria de Vias Públicas anunciou, por exemplo, a abertura de licitação para a construção de uma nova ponte sobre o rio Tietê, facilitando o acesso para o bairro de São Mateus, na zona leste. A Secretaria Municipal dos Transportes anunciou dois projetos: a terceira fase do programa de corredores exclusivos de ônibus -cuja licitação vai ser aberta na próxima terça-feira- e o "disque-ônibus". Trata-se de um serviço de atendimento telefônico com informações sobre itinerários dos ônibus de São Paulo. O número do serviço, já em funcionamento, é 0800-123-133. "CPI prejudicial" A assessoria de imprensa do prefeito Celso Pitta diz que a CPI estava atrapalhando o governo. A operação "reage, Pitta" acontece justamente no momento em que os senadores que integram a CPI dos Precatórios anunciaram que seus trabalhos serão suspensos por pelo menos dez dias. A comissão só volta a se reunir na segunda-feira dia 31, depois dos feriados da Semana Santa. Hoje, Pitta lança às 10h o programa "Bom de Bola", na pista de atletismo do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa. O programa prevê a colocação de crianças e adolescentes carentes em contato com o esporte. Na próxima semana, segundo a assessoria, a agenda do prefeito prevê a sua participação em diversos eventos públicos. Resgate da imagem "O Pitta vai voltar a aparecer porque a população não gosta de vítimas", diz o secretário dos Negócios Jurídicos, Edvaldo Brito. "Não fosse o aspecto político, as acusações já estariam esvaziadas. Tecnicamente, não há nada que desabone o prefeito", diz. O ponto alto da estratégia governista será o Grande Prêmio do Brasil de F-1, dia 30. O evento deverá ser utilizado como palanque político da administração. Para já começar a ganhar politicamente com o evento, Pitta vai inspecionar o autódromo de Interlagos uma hora antes de lançar o programa de esportes. "Essa operação de resgate da imagem do prefeito não só é necessária como também justa. Ele é um homem correto e merece toda a confiança", diz Gilberto Kassab, secretário de Planejamento. Na Câmara Municipal, Pitta também já conta com o apoio formal de um grupo de vereadores, liderados por Miguel Colasuonno e Bruno Feder (ambos do PPB). Fiéis governistas, os dois parlamentares pretendem pressionar a bancada a colocar imediatamente em votação projetos do Executivo, como o fura-fila -símbolo da campanha eleitoral de Pitta. A intenção da bancada é realizar duas audiências públicas já na próxima semana e então levar o fura-fila à votação. Kassab afirma que vai enviar à Câmara, até o final de abril, proposta definitiva do Plano Diretor de São Paulo. O plano vai definir as metas de crescimento físico da cidade e os setores prioritários. LEIA MAIS sobre administração às páginas 3 e 4 Texto Anterior: GLOSSÁRIO Próximo Texto: Clonagem humana é crime e pode levar à prisão no país Índice |
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