São Paulo, domingo, 23 de março de 1997 |
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Rotina inclui "acampamento" no quarto
NOELLY RUSSO
A primeira é que não havia nenhum médico "tão bonito assim quanto esse da capa no HC". "Eles são legais, mas são todos feios. Também não gosto de ficar por aqui sem ter o que fazer e sem poder sair", conta. Ela é uma das internas do instituto e, felizmente, um dos casos menos graves. T. foi internada com um quadro depressivo e é acompanha pela mãe, Maria. "Ela melhorou muito. Tinha problemas sérios, e não estávamos conseguindo resolver", diz Maria. Ela confessa que a rotina é difícil e inclui dividir o quarto com a filha e dormir em um colchão no chão, já que o instituto não foi projetado para abrigar acompanhantes. A comida, embora balanceada, "não é a do Albert Einstein". "T. nasceu no Einstein. Aquilo era um hotel. Mas aqui, por ser um hospital público, até que é bem bom. Sem falar no tratamento mesmo que, acredito, seja o melhor", diz Maria. A anormalidade na família começou quando Maria e o marido se separaram. Cada irmã foi morar com um dos pais. T. ficou com o pai. Segundo a própria garota, a avó paterna a jogou contra a mãe e a irmã e a afastou de todos. Seus planos são, em ordem de importância, retomar os estudos, abandonados no primeiro ano do segundo grau, e voltar a frequentar shopping centers. "Adoro marcas como a M. Officer, a Costume, Arezzo. Pretendo também voltar a dançar. Adorava ir ao Columbia (danceteria na zona sul da SP)." A previsão de alta de T. é otimista. A garota deve passar a Páscoa em casa. Texto Anterior: Psiquiatria adapta local e põe pais em colchões no chão Próximo Texto: Brinquedos acalmam garoto com autismo Índice |
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