São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 1997
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Capobianco vê golpe baseado numa farsa

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Eduardo Capobianco, presidente da Comissão de Obras Públicas da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, acredita que a nova lei do governo é "um golpe, baseado numa farsa".
Para Capobianco, quem está atrás do "golpe" são os grandes empreiteiros. "Não tenho menor dúvida disso", disparou.
Capobianco admite mudanças que aprimorem a atual lei 8.666, desde que mantenha princípios como redução de custos, da corrupção, e respeito à livre iniciativa.
Ele defende a lei 8.666, afirmando que "é das maiores conquistas" da sociedade brasileira.
As grandes empreiteiras, segundo Capobianco, estão "recompondo as forças" para desmoralizar a atual lei.
As suas críticas ao anteprojeto do governo são duras. Segundo ele, a nova lei "implica a legalização do dirigismo e do assalto aos cofres públicos". O resultado, analisa Capobianco, é o crescimento do déficit público.
Na avaliação de Capobianco, se a lei 8.666 "engessa" a administração, e o governo não consegue comprar. "Por que as contas apresentam déficit? Deveria haver superávit."
O presidente da Comissão de Obras garante que a a atual lei (8.666) diminuiu a corrupção porque reduz a atuação do administrador público.
Em sua opinião, a nova lei irá "escancarar as portas da administração" ao aumentar o poder dos dirigentes públicos.
"Satisfação"
A metralhadora de críticas de Capobianco volta quando se fala na proposta dos municípios, Estados e estatais criarem suas próprias regras para licitações e contratações.
"Imaginem o que os administradores farão se forem liberados dessa maneira?" Para ele, a maioria usará a autonomia para "satisfação de seus próprios interesses".
Após a exposição do secretário de Recursos Logísticos do ministério da Administração, Ricardo Saur, Capobianco voltou a atacar.
"Agora tenho certeza que o secretário não está mal-intencionado, está mal informado."

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