São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 1997
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Marcelo Zarvos mostra seu "jazz brasileiro" em novo CD

CLÁUDIA TREVISAN
DE NOVA YORK

O brasileiro Marcelo Zarvos, 27, abandonou o rock, deu uma guinada em sua carreira e acaba de lançar, nos Estados Unidos, seu segundo álbum de música instrumental, "Labyrinths".
O disco consolida o estilo musical que Zarvos apresentou em seu primeiro CD, "Dualism", lançado no Japão em 1993: um jazz com forte presença de formas clássicas e ritmos populares brasileiros.
Há dez anos, Zarvos deixou seu trabalho de tecladista e compositor da banda de rock "Tokyo", de Supla, para estudar música.
Em São Paulo, sua cidade natal, estudou com H.J. Koellreuter, o compositor alemão que também deu aulas a Tom Jobim.
Depois, foi para o Instituto de Artes da Califórnia, na Costa Leste dos Estados Unidos, onde ficou quatro anos.
Nesse período, Zarvos começou a compor em seu novo estilo e teve três de suas músicas incluídas em coletâneas da Capital Records com estudantes do Instituto de Artes.
"Eu passei a ter uma idéia muito clara de qual seria o meu caminho", disse Zarvos à Folha.
Há quatro anos, o brasileiro se instalou em Nova York. Em 1993, um produtor da gravadora japonesa M.A ouviu uma fita com seu trabalho e decidiu lançá-lo em CD.
"Dualism" reuniu Zarvos, que é pianista, e o saxofonista norte-americano Peter Epstein.
O segundo álbum tem a participação de outros músicos: a canadense Dorothy Lawson (violoncelo) e os brasileiros Mauro Refosco (marimba e percussão) e Renato "Brasa" Pereira (percussão).
Zarvos continua no piano e Epstein, no saxofone. O violonista brasileiro Romero Lubambo tem participação especial em duas músicas de "Labyrinths": "Caraíva" e "Chance Meeting".
A primeira faixa do álbum, "Rondo Baião", reflete bem o estilo musical de Zarvos. Mas o artista não se limita ao Brasil. Em "Ghost Child", por exemplo, ele explora ritmos africanos.
"Eu me identifico com o trabalho de pessoas como Egberto Gismonti e Hermeto Paschoal, que usam o jazz e o misturam com outros idiomas", diz Zarvos.
Seus dois álbuns tiveram tiragens pequenas, cerca de 2.000 cópias, e não foram lançados no Brasil. Zarvos está negociando com gravadoras a possibilidade de lançar "Labyrinths" no país, mas ainda não há nada decidido.

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