São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 1997
Próximo Texto | Índice

Imperial e atual, Viena é acessível

SILVIO CIOFFI
ENVIADO ESPECIAL A VIENA

No século 18, a Viena dos Habsburgo ficou célebre pela admirável vida cultural. Nessa época, a cidade se tornou uma das mais belas capitais européias.
Hoje, acessível graças às passagens aéreas que, nessa época do ano, custam cerca de US$ 1.200, Viena ainda é uma capital republicana tão glamourosa e disponível como no tempo dos Habsburgo.
Embora mais da metade dos edifícios do centro histórico sejam anteriores ao século 20, Viena também tem sua face moderna.
Ela pode ser vista em prédios da época do Jugendstil, versão vienense do estilo art nouveau, e mesmo em obras como a Casa Hundertwasser (leia texto na pág. 6-7).
Mil e um anos de história
Nos primeiros registros, que datam de 996, época do imperador Otto 3º, a Áustria aparecia nas cartas geográficas com o nome de Ostmark (marca do leste).
Já Viena, um acampamento romano cercado pelo mundo bárbaro, foi chamada de Vindobona.
No século 10, sob a dinastia Babenberg, a cidade se tornou um pólo comercial importante.
Mas foram os Habsburgo, que controlaram a Áustria a partir de 1278, os responsáveis pela transformação de Viena na sede do Império Austro-Húngaro, que juntou 17 nacionalidades.
No mapa da Europa, portanto, há 1.001 anos, a Áustria enfrentou, de 1529 a 1697, o cerco dos turcos, que estiveram às portas de Viena.
Às vésperas da Primeira Guerra Mundial (1914-18), auge do prestígio, a capital tinha 2,6 milhões de habitantes -hoje tem 2 milhões.
Isso porque o desfecho do conflito desmoronou o império Habsburgo e interrompeu o crescimento dessa que foi a metrópole de um imenso país, que ia do norte da Itália até os Bálcãs.
Muito da elegante monumentalidade da Viena imperial é atribuída à gestão de Francisco José 1º, imperador nascido no castelo de Schõnbrunn, que, a partir de 1857, construiu o Ring -avenida que contorna o centro- no local dos muros que protegeram a capital.
Com uma história rica e às vezes triste -como a da anexação nazista, em 1938-, a cidade-música é guardiã de séculos de cultura.
Um passeio pelo Ring, onde estão a universidade, o Parlamento, a prefeitura, os museus gêmeos de História Natural e de Belas Artes, o castelo de Hofburg e a Ópera, mostra uma sinfonia de formas e cores que vale a pena desfrutar.

Próximo Texto: Imperador foi o símbolo de época áurea
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.