São Paulo, terça-feira, 25 de março de 1997
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Para FHC, crítica revela 'neobobismo'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso rebateu ontem as críticas que são feitas à área social do governo e classificou de "neobobismo" a política dos que afirmam que ele só se preocupa com o mercado financeiro, deixando de lado os investimentos sociais.
"Só quem não tem nada na cabeça é que fica repetindo que o governo só se preocupa com o mercado, que é neoliberal. Eu já disse isso uma vez, isso é 'neobobismo"', afirmou FHC diante dos conselheiros do programa Comunidade Solidária, que tomavam posse no Palácio do Planalto.
Segundo o presidente, quem diz que o governo diminuiu o gasto com a área social está "dizendo bobagem". "Se não me falha a memória, dois terços do gasto público no Brasil vão para a área social."
Para FHC, as críticas são feitas por "preguiça", "má-fé" e "ignorância". "Ou é tentativa de embuste, fazer de conta que está se fazendo menos do que está (se) fazendo", completou.
"Não é essa coisa simples de olhar no computadorzinho lá do Siaf (Sistema Integrado de Administração Financeira), gastou tanto, perdeu, ganhou. Isso é jogo de criança, não é sério", afirmou.
FHC citou como exemplo o caso das cestas básicas. Disse que muitas vezes são feitas comparações erradas "para dar um escândalo" e dizer que o governo está gastando menos com cestas básicas.
"(Quem diz isso) Esqueceu de ver o seguinte: que nós dobramos o número de cestas básicas, de 3,5 milhões para, eu creio, 7 milhões -algo assim", afirmou.
Antes do discurso de FHC, Ruth Cardoso havia dito que é preciso ampliar as ações do programa e torná-lo "mais visível". Em seguida, FHC disse que irá atendê-la.
Para ele, o Brasil vive um momento em que a sociedade "ainda não deu a volta por cima, mas já sacudiu a poeira". "(A sociedade) Começa a perceber que é preciso atuar com outro espírito, com maior convergência, com critérios mais objetivos, somando forças da sociedade civil, do governo e sempre com transparência."

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