São Paulo, terça-feira, 25 de março de 1997
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Estudante é assassinada em Araçatuba

EDMILSON ZANETTI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

A estudante secundarista E.A.S., 19, foi morta ontem de madrugada com quatro tiros -dois nas costas e dois na cabeça. Seu corpo foi encontrado às 5h em uma estrada que liga Araçatuba a Guararapes, no interior de São Paulo.
A polícia afirmou acreditar que ela tenha sido vítima de guerra de traficantes de drogas de Araçatuba (532 km a noroeste de São Paulo).
O namorado dela, Maurício Ferreira Moura, 26, conhecido por Careca, cumpre pena, em liberdade vigiada, de mais de oito anos por tráfico e uso de drogas e furto.
A 200 m do corpo, foi encontrado um frasco com 250 gramas de um pó que pode ser cocaína. Os resultados dos exames sobre o material ficam prontos hoje.
O delegado responsável pelas investigações, Jaime José da Silva, disse ter "90% de certeza" de que o alvo dos tiros seria o namorado.
Desconfiança
A polícia desconfia da versão de Careca. Ele procurou a polícia durante a madrugada para declarar que estava passeando com E.A.S. em sua Saveiro, quando ambos foram abordados por dois rapazes.
Um dos rapazes, segundo ele, teria entrado no carro e tomado o volante. O outro, armado, teria subido na carroceria. Careca afirmou à polícia que os quatro seguiram para a estrada que liga Araçatuba a Bilac (540 km de São Paulo).
Ele teria tentado tomar o volante de volta e o rapaz de trás teria feito dois disparos. Careca disse não viu se os tiros atingiram alguém e que teria conseguido saltar pela janela.
A polícia vê pelo menos quatro contradições na história -como teria saltado pela janela, se estava sentado entre o motorista e a namorada? Por que não apresentava vestígios de ferimentos, se o carro estava em movimento quando saltou? Por que ouviu dois tiros, se foram encontradas quatro balas no corpo da garota? Por que disse que pegaram a estrada para Bilac, se o corpo foi encontrado na estrada de Guararapes?
Após dar seu depoimento, Careca foi para local desconhecido. Seu pai, o advogado Ildo Moura, disse que "ele está aguardando um pouco, para saber as providências que a polícia vai tomar".
A polícia encontrou a Saveiro com sinais de sangue a 8 km do corpo. Foi encontrada também uma Kombi, com documentos de duas pessoas que a polícia acredita estarem ligadas ao crime.

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