São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 1997
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Presidente do banco não fala português

DA REPORTAGEM LOCAL

Natural de Windsor, no Reino Unido, o inglês Michael Geoghegan (pronuncia-se "gueigan") vai presidir por tempo indeterminado o quinto maior banco privado do país sem falar português.
Aos 43 anos, dos quais 23 a serviço do Grupo HSBC, o presidente do novo HSBC Bamerindus promete falar a língua nativa em menos de dois meses. Ele fala espanhol e "tem bons conhecimentos da língua portuguesa", segundo perfil distribuído à imprensa.
"Desculpas por falar em inglês, mas prometo que em seis semanas vamos nos reunir e darei entrevistas em português", prometeu Geoghegan, de bom humor, apesar de ficar preso no trânsito paulistano.
Cordial, mas pouco falante, ele respondeu às perguntas dos jornalistas com frases curtas, medindo todas as palavras e evitando dar maiores informações sobre a transação com o Banco Central.
Geoghegan só pareceu perder a fleuma inglesa ao responder a uma pergunta da Folha, sobre a fato de o grupo ter comprado o negócio de seu sócio brasileiro (o HSCB tem 6% do velho Bamerindus) junto ao Banco Central, em vez de injetar capital novo na instituição.
"As negociações nossas com o Banco Central são um assunto nosso e dos reguladores", afirmou.
Ele fez questão de frisar que o grupo não teve acesso a informações privilegiadas sobre o Bamerindus, conforme suspeita levantada por ex-diretores da instituição.
"Agimos com base em informações públicas", respondeu, ao explicar o porquê de o banco ter feito provisões integrais de US$ 60 milhões para possíveis perdas com as ações do Bamerindus, em dezembro passado.
Geoghegan já trabalhou em Hong Kong.

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