São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 1997
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Cai o número de pobres desde o Real

DA REPORTAGEM LOCAL

A proporção de pobres brasileiros caiu de um terço para um quarto da população total desde 1994, ano em que o Plano Real foi implantado.
A porcentagem de pobres caiu de 33,4%, em 94, para 25,1%, no ano passado.
Só em 96, houve uma redução de 2,7 pontos percentuais no número de pobres nas seis principais regiões metropolitanas.
Essa porcentagem é a segunda menor da década. Perde só para a registrada em 90, ano em que os pobres somaram 22,6% da população total.
A parcela da renda dos 50% mais pobres também registrou crescimento no mesmo período.
A participação dos 50% no total da renda nacional subiu de 11,3% para 12,3%.
Paralelamente, a parcela da renda dos 20% mais ricos caiu de 64,7% para 62,4% no mesmo período.
Os dados consolidados dos últimos dois anos são do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), ligado ao Ministério do Planejamento.
"Os dois últimos anos registraram uma fase mais ou menos inédita da história brasileira estaticamente documentada, pois observamos um processo de crescimento econômico com distribuição de renda", descreve a publicação "Carta da Conjuntura", que é editada pelo Ipea.
Segundo a "Carta", os 10% mais pobres foram os que tiveram maiores ganhos de renda no período, depois de sucessivas perdas durante os períodos inflacionários.
Já os 10% mais ricos tiveram elevação de renda menos acelerada.
Como houve aumento de renda em todas as camadas sociais, o IPEA sustenta que o Brasil passou nos últimos dois anos por uma "inequívoca" melhora do bem-estar social, comparável à ocorrida nos anos 60, época do "milagre econômico".
Números piores
Alguns números de 96, no entanto, não estão entre os melhores da década de 90.
Apesar dos 50% dos trabalhadores terem aumentado a participação na renda total, o índice apurado na última pesquisa é inferior ao de, por exemplo, 1993, quando equivalia a 13,1% do total.
Já o ritmo de crescimento do PIB per capita caiu ao longo do ano passado. Enquanto em 95, o crescimento havia sido de 2,8%, em 96 esse índice recuou para 1,5%.

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