São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 1997
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Estabilidade evita tensão de médicos

MARCELO DIEGO
DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto torce para que não aconteça nenhum acidente nas pistas, a equipe médica que está trabalhando no autódromo de Interlagos (zona sul de São Paulo) enfrenta um inimigo: a tensão.
"Você lida sempre com a expectativa de problemas e tem que tomar decisões muito rapidamente. Há o estresse da expectativa e o estresse da própria situação", diz João Makovnik, médico responsável pela equipe de atendimento no autódromo.
Para controlar os nervos da equipe, Makovnik afirma que seriam necessários "mais ou menos seis meses de psicoterapia (técnica psicológica para reestabelecer o equilíbrio emocional)".
Como isso, na avaliação dele, é muito difícil, ele resolveu manter a equipe que trabalhou nos últimos quatro GPs Brasil.
"A rotatividade é muito baixa. Trabalhamos com cerca de 200 pessoas. As únicas mudanças acontecem nas equipes de apoio", explica.
Distribuição
A estrutura médica para o GP é organizada da seguinte forma: as equipes são distribuídas em sete tendas de apoio (responsáveis por observar a pista e informar a gravidade do acidente), nove ambulâncias (com recursos de salvamento e transporte) e quatro equipes de rápida interferência (formada por seis pessoas, sendo dois médicos).
Essa última cuida dos socorros de emergência nos acidentes. "São pessoas escolhidas a dedo, em que sei que posso confiar", afirma Makovnik.
Todos recebem treinamento do próprio Makovnik, que trabalha na F-1 há quatro anos. "Antes trabalhava no resgate em estradas."
Local de trabalho
Em Interlagos, a Unicór (empresa responsável pelo atendimento médico) mantém um centro de atendimento que tem sala de fisioterapia, ultrassonografia e raio X.
Segundo o médico Antônio Betti Rio da Silva, que trabalha na equipe de atendimento, uma cobertura de GP exige alguns instrumentos próprios. Por exemplo, uma prancha que serve para retirar o piloto desacordado de dentro do carro.
"Estamos preparados também para fazer uma massagem cardiovascular para reanimar o piloto na hora", explica.
Na avaliação dos médicos, o ponto de maior perigo para os pilotos é a reta de chegada.
"Uma batida ali é sempre muito forte. Além disso, o espaço de trabalho é reduzido", diz Makovnik.
O centro médico está montado para atender pilotos e membros de equipes da F-1. Mas os médicos afirmam que irão atender quaisquer emergências de torcedores.

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