São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 1997 |
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Indústria vive crise decisiva
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
O sucesso dos produtores estrangeiros e independetes no 69º Oscar é apenas a ponta do iceberg de dificuldades que MGM, Sony-Columbia, Universal, Disney, Time Warner, Twentieth Century Fox e Paramount enfrentam e ainda vão enfrentar. No corpo do problema estão as novas tecnologias de comunicação, que vão facilitar a vida dos seus atuais adversários, o aparecimento de mais e mais pessoas e grupos econômicos dispostos a investirem em cinema, o fracasso criativo de seus próprios produtores e os custos enormes dos filmes que produzem. Embora eles ainda detenham 80% do mercado de cinema e 70% do de TV no mundo, os sete grandes estúdios vêm perdendo público e lucratividade. O custo médio de sua produção (US$ 40 milhões) e de marketing (US$ 9 milhões) é alto para qualquer padrão e só tem feito aumentar em termos reais a índices de fazer inveja a qualquer milagre brasileiro (cerca de 6% ao ano). Mas o número de ingressos vendidos em média para cada um de seus filmes tem caído 7% ao ano, apesar de o número de pessoas nos cinemas estar crescendo. Mesmo os que acham que Detroit é o futuro de Hollywood reconhecem que nenhuma debacle está próxima para os grandes estúdios e que seu poder de adaptação a crises já foi provado no passado, quando enfrentou primeiro a televisão, depois o videocassete. Mas que há pedras no caminho, há. (CELS) Texto Anterior: Donos são acusados de truculentos Próximo Texto: Carvalho ri de Molière em 'D. Juan' Índice |
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