São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 1997
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Peça leva ao palco crises de um taxista

DA SUCURSAL DO RIO

Madrugada de 9 de julho de 1980. A morte de Vinícius de Moraes, anunciada pelas rádios, detona um processo de reavaliação de vida em Afonso, motorista de táxi do subúrbio do Rio.
As lembranças de Afonso, interpretado por Pedro Paulo Rangel, são o ponto de partida de "Anônima", peça de Wilson Sayão, dirigida por Aderbal Freire-Filho, que estréia hoje no teatro do Leblon.
Afonso havia sido amigo de infância de Vinícius: os dois eram vizinhos na Ilha do Governador.
A morte do poeta faz Afonso pensar nos problemas de sua vida: um casamento em crise, um filho envolvido com drogas e uma filha grávida abandonada pelo marido.
A peça é conduzida pelo personagem Anônimo (Gracindo Júnior), uma espécie de corifeu (mestre do coro nas tragédias antigas) que comenta e contextualiza o desenrolar da trama.
Para auxiliar na contextualização das memórias de Afonso, o diretor utiliza cerca de 20 músicas, que cobrem de 1923 a 1980.
Entre as lembranças, a iniciação sexual com a prostituta que queria ser estrela de cinema e o suicídio do pai, repetindo o gesto de Getúlio Vargas dois meses depois.
"Anônima" traz no elenco o ator Felipe Camargo, nos papéis de Tiago, o filho drogado e violento de Afonso, e Afonso-menino, nas lembranças do pai.
A peça apresenta também Andréa Dantas, interpretando Taís, a filha abandonada pelo marido, e Sandra Barsotti, como Estela Dalva, a prostituta que tira a virgindade de Afonso.
"Anônima" foi escrita, entre 1980 e 1981, por Wilson Sayão e foi premiada no 12º Concurso Nacional de Dramaturgia do antigo Serviço Nacional de Teatro. É a primeira vez que a peça é montada.

Peça: Anônima
Direção: Aderbal Freire-Filho
Com: Pedro Paulo Rangel, Gracindo Júnior, Felipe Camargo, entre outros
Onde: teatro do Leblon (r. Conde de Bernadotte, 26/104, Leblon, tel. 021/274-3536) Quando: estréia hoje. De quinta a sábado, às 21h; domingo, às 20h.
Quanto: R$ 20 (quintas), R$ 25 (sextas e domingos) e R$ 30 (sábados)

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