São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 1997
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Requião só quer o Paraná

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Apesar de citado a toda hora em Brasília como potencial candidato do PMDB à Presidência da República em 98, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) diz não ter "nenhuma pretensão" nesse sentido.
Por quê?
"Porque eu sou candidato ao governo do Paraná. Vou fazer o sacrifício de ser candidato ao governo do Paraná para botar o Estado em ordem, depois que o Lerner acabou com ele. É uma tarefa dura demais", responde o relator da CPI dos Precatórios.
Requião avalia que a sua exposição na mídia nas últimas semanas é algo fugaz. Que não dura muito.
"Pergunte ao Benito Gama e ao Amir Lando", sugere ele, citando nomes de outros parlamentares que ganharam evidência em outras CPIs -mas que depois acabaram voltando para um semi-oblívio.
De toda forma, o fato de se declarar oficialmente candidato ao governo paranaense não deixa de ser uma revelação importante de Requião.
Isso por dois motivos.
Primeiro porque é sempre bom quando um político vem a público e revela logo suas intenções.
Segundo porque Requião muitas vezes se prolonga nas acusações contra o Estado do Paraná durante a CPI dos Precatórios.
Não que não possam ser procedentes as denúncias contra a má administração do Banco do Estado do Paraná, um dos maiores tomadores finais dos títulos sob investigação.
Mas é prudente lembrar que os ataques vêm de um político que admite pleitear o cargo do seu atacado -no caso, o atacado é Jaime Lerner, atual governador do Paraná.
Até o momento, não há razão para desconfiar que Requião tenha se excedido. Muito pelo contrário.
Sua revelação, inclusive, apenas reforça a crença de que atua com boa vontade. Só que, agora, todos vão analisar de duas maneiras os ataques de Requião ao Estado do Paraná.
Vai ser difícil saber se quem fala é o senador relator da CPI ou o candidato ao governo paranaense.

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