São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 1997
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FHC, Cesar e Marcello

LUIZ CAVERSAN

Rio de Janeiro - Começa na próxima terça-feira, dia 1º, a pancadaria do ex-prefeito Cesar Maia sobre o atual governador Marcello Alencar.
Está previsto para ir ao ar nesse dia o primeiro de uma série de programas do PFL de Maia, dentro do horário gratuito a que o partido tem direito, que será usada para a campanha rumo ao governo do Estado.
Será "pau puro", como define um membro da equipe de Maia, na atuação do atual governador. As principais áreas detonadas são saúde, educação e segurança pública.
Os programas irão ao ar quase todos os dias, até que se esgote o tempo regulamentar permitido pela lei, e servirão também para o ex-prefeito jactar-se de suas realizações na administração da cidade do Rio de Janeiro, além de apresentar propostas.
Uma delas será a decisão de Maia, se eleito governador, de criar subgovernadorias (assim como criou as subprefeituras) para "aproximar" o Estado do governante.
Mas o "must" da campanha será mesmo as críticas a Marcello Alencar.
A não ser que FHC entre em cena.
Os pefelistas acreditam que o presidente da República possa vir a ser o pivô de um acordo que leve Maia à candidatura de governador e Alencar à de senador, numa composição PFL-PSDB também por aqui.
Segundo uma avaliação corrente no Rio, essa fórmula seria conveniente a Alencar, apesar de ele já ter acenado que poderá disputar a reeleição.
Isso porque, pleiteando uma vaga no Senado, Alencar abre caminho para que seu filho e secretário Marco Aurélio possa se candidatar a deputado federal e, eleito, conseguir a imunidade parlamentar que o livraria do processo, hoje parado no Ministério Público Federal, no qual consta como responsável por irregularidades no lançamento dos títulos públicos conhecidos como "carioquinhas".
Mas esse acordo só será possível se o presidente for avalista de um pacto de não-agressão entre Maia e Alencar.
Enquanto isso não acontecer, dê-lhe pancada via TV.

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