São Paulo, domingo, 30 de março de 1997
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Hidrelétrica ameaça terras

DO ENVIADO ESPECIAL A ELDORADO

As águas começaram a subir violentamente na tarde do último 23 de janeiro. Subiram 15 metros e submergiram todos os casebres localizados às margens do Ribeira.
Para as comunidades de remanescentes de quilombos, foi quase premonitório. Logo elas que, desde abril de 1991, participam do Moab (Movimento dos Ameaçados por Barragens).
Um mês depois da enchente, reuniu-se em Registro o Comitê Hidrográfico da Bacia do Rio Ribeira de Iguape.
Por pressão dos prefeitos, foi aprovada uma moção favorável à construção de hidrelétricas naquela região do Estado.
O problema é que, das quatro usinas, apenas uma está efetivamente a caminho.
É a de Tijuco Alto, a ser construída pela Companhia Brasileira de Alumínio, quase na divisa com o Paraná. Dia 11 de abril audiência pública faz a última avaliação de seu impacto ambiental.
Estudo
As demais -Batatal, Funil e Itaoca-, segundo a Cesp (Companhia Energética de São Paulo), foram apenas objeto de estudos muito preliminares, e só serão futuramente construídas se for este o desejo de algum grupo privado.
No Ministério das Minas e Energia, não há concessão para essas três barragens e muito menos licitação para concessionárias.
Há informações divergentes quanto ao impacto que uma delas, a de Batatal, poderia provocar em terras de quilombo.
A Procuradoria da República em São Paulo trabalha com a informação de que as águas subiriam mais de 60 metros.
A Cesp, no entanto, afirma que na pior das hipóteses a queda dágua na altura da barragem teria metade disto de altura.

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