São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 1997 |
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Manzon reflete 'Brasil grande'
DA REPORTAGEM LOCAL Estudar os filmes produzidos por Jean Manzon, entre 1950 e 1960, para analisar o significado das imagens e sua relação com o momento histórico pelo qual passava a sociedade brasileira.Esse foi o objetivo do pesquisador Edson Luiz Nars, 35, que é professor de história na rede estadual e docente na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), em sua tese de mestrado. A dissertação "Um olhar sobre o Brasil pelas lentes de Jean Manzon: de JK a Costa e Silva" foi apresentada pelo pesquisador à Unesp (Universidade Estadual Paulista). Jean Manzon chegou ao Brasil na década de 40 para trabalhar no serviço fotográfico e cinematográfico do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda). Nos anos 50, montou a Jean Manzon Films, empresa especializada em filmes promocionais. A manipulação nesses filmes aconteceu conforme as orientações político-ideológicas dos clientes patrocinadores. Na década de 50, o patrocinador dos filmes foi o setor público. Na década seguinte, o setor privado. Manzon deu vida às expectativas das elites produzindo filmes que criaram uma idéia de prosperidade econômica e desenvolvimento nacional, retratando a construção de usinas hidrelétricas e as realizações da indústria automobilística. "Se as expressões 'cineasta ufanista' ou 'cineasta do Brasil grande' têm um lado pejorativo, por outro, traduzem o espírito de uma época, de um Brasil que sonhava ser potência mundial", escreveu o pesquisador. Texto Anterior: Formação precária nas faculdades de medicina Próximo Texto: Homem mata ex-noiva em shopping de SP Índice |
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