São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 1997
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Galeria do Tennessee expõe obras do Masp

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A galeria Dixon, em Memphis, Tennessee, sul dos EUA, está mostrando desde o último dia 23 e até 21 de setembro uma coleção de quadros e esculturas francesas do Museu de Arte de São Paulo.
A idéia da exibição surgiu no ano passado, quando o diretor da Dixon, Joseph Czetochowski, esteve no Brasil a convite do Ministério das Relações Exteriores.
Na visita, ele estabeleceu convênio de três a cinco anos com o Masp, pelo qual a Dixon ajudará o museu brasileiro a conservar sua coleção e receberá periodicamente parte do seu acervo para mostras.
A Dixon restaurou três tapeçarias do século 17 do Masp e vai restaurar outras. Para Czetochowski, "o Brasil oferece possibilidades excitantes para a comunidade de Memphis. É uma fonte de cultura e arte que não tem sido adequadamente explorada nos EUA".
Nenhuma exibição do acervo do Masp foi realizada nos EUA desde a década de 50. O grupo de obras que agora está em Memphis foi selecionado a partir do critério de terem sido realizados por artistas dos períodos do impressionismo e do pós-impressionismo, com ênfase nos franceses.
A maioria é constituída por quadros de Paul Cézanne e Henri de Toulouse-Lautrec. Três dos cinco Cézanne do Masp estão na Dixon, que acaba de comprar o seu primeiro. Um dos Cézanne cedidos pelo Masp é "O Grande Pinheiro", considerado um dos melhores quadros pintados por ele.
Mas a grande atração para o público de Memphis será uma alegoria de Van Gogh. Os museus da cidade não têm qualquer trabalho do popular artista holandês.
Há duas esculturas na mostra: "Dançarina de 14 anos", de Degas, e uma Vênus de Renoir.
A exposição está sendo saudada pela imprensa e sociedade do Tennessee como um grande evento cultural. Ela mostra as possibilidades que existem de cooperação entre o "primeiro mundo brasileiro" e o "terceiro mundo norte-americano" no campo da cultura. Embora tenham acervos pobres em comparação com os dos principais museus brasileiros, os do sul dos EUA com frequência têm recursos materiais que estão faltando aos do Brasil. A troca atende aos interesses das duas partes.
A inauguração da mostra foi presidida pelo embaixador do Brasil em Washington, Paulo Tarso Flecha de Lima. A exibição foi patrocinada pela financeira Longleaf Partners, com transporte feito pela Federal Express.

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