São Paulo, terça-feira, 1 de abril de 1997
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Depoimento de bancos divide senadores

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CPI dos Precatórios está dividida sobre a convocação dos bancos que compraram títulos sob investigação.
Há duas posições. O relator da CPI, Roberto Requião (PMDB-PR), defende que os presidentes dos bancos comecem a depor na quinta-feira.
A outra posição, defendida pelo presidente da CPI, Bernardo Cabral (PFL-AM), é de que seria mais adequado não convocar os presidentes dos bancos. Ele também acha melhor chamar diretores dessas instituições para depor em um único dia.
A decisão será tomada amanhã, em reunião administrativa secreta da CPI. Deve participar o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que defende posição semelhante à de Cabral.
Executivos
Também na quinta-feira, devem ser ouvidos executivos dos bancos Multiplic e Banestado, mas os nomes ainda não estão definidos.
Uma pauta preparada ontem pela CPI também previa a convocação, na sexta-feira, da diretora financeira da CEF (Caixa Econômica Federal), Sandra Beatriz Tavares, e de dirigentes de fundos de pensão.
A pauta de depoimentos na quinta e sexta-feira está pronta desde ontem, mas só será oficialmente votada amanhã.
Para Bernardo Cabral, é melhor que a CPI ouça todos os bancos num mesmo dia.
"Para que não sejamos acusados de privilegiar alguns em detrimento de outros, de querer fabricar uma notícia por dia, acho que poderemos convocar todos os bancos para o mesmo dia", diz Cabral.
Proteção
Na opinião de Cabral, "não é o caso de ficar protegendo os bancos, mas é evidente que esse é um mercado muito sensível". Para ele, seria facilmente entendido como um privilégio para alguns bancos estarem convocados para depor em dias diferentes.
Desde ontem, os assessores da CPI preparavam os comunicados que enviariam aos dirigentes dos bancos e fundos de pensão como Petros (da Petrobrás), da Funcef (Caixa Econômica Federal), Telos (Telebrás) e Serpros (Serpro).
Os preços pagos pelos bancos e fundos de pensão foram muito superiores ao pago por corretoras que atuaram como intermediárias.
Em apenas uma operação que envolveu títulos de Pernambuco, por exemplo, uma cadeia de corretoras teve, num único dia, um lucro de quase R$ 50 milhões -diferença entre o preço pago ao Estado pelos títulos e o preço pago pelo Bradesco à última intermediária.

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