São Paulo, terça-feira, 1 de abril de 1997
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Promotor pede exumação

MARCELO BARTOLOMEI
DA FOLHA CAMPINAS

A Promotoria de Justiça de Campinas (99 km de SP) vai pedir a exumação dos corpos de nove bebês mortos depois de receber alimentação parenteral em pelo menos seis maternidades da cidade.
O promotor de Justiça Criminal Marcos Destefenni, 28, disse ontem que a exumação é "imprescindível" para apurar as mortes.
"Nós sabemos que todos morreram de septicemia, porque estava escrito no laudo de óbito, mas não temos como saber o que causou a septicemia", afirmou.
Segundo Destefenni, a maioria dos corpos não foi submetida ao exame necroscópico, que apura como ocorreu a morte.
Ele não soube informar quando pode ser feita a exumação.
Inquérito
A Polícia Civil instaurou ontem um inquérito para apurar o motivo das mortes. O pedido foi feito no último sábado por Destefenni.
"Deliberamos para conseguir a coleta de provas, como os laudos e o material apreendido, para começarmos a investigação", disse.
Uma comissão formada por representantes da Polícia Civil, da Promotoria de Justiça e da Secretaria Municipal da Saúde se reuniu ontem duas vezes para discutir os métodos que vão utilizar para investigar as mortes.
Na semana passada, a Secretaria Municipal da Saúde divulgou a morte de nove bebês e um adulto por infecção em virtude da contaminação do produto NPP (Nutrição Parenteral Prolongada), fabricado pelo laboratório Tecnopharma, de Campinas.
O laboratório mandou o material para análise e ainda não recebeu o resultado (leia texto abaixo).
Exames preliminares detectaram a presença da bactéria Enterobacter cloacae no soro.
Confirmação
A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) confirmou que quatro mortes foram causadas pela bactéria que estava no soro.
As outras mortes ainda não tiveram o motivo confirmado. Para investigar as causas, as secretarias municipal e estadual criaram uma comissão de técnicos.
O Instituto Adolfo Lutz de São Paulo e o de Campinas examinam amostras do NPP.
O inquérito policial deve ser concluído em um mês. Com a conclusão, a promotoria vai apontar os responsáveis criminal e civil pela contaminação.

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