São Paulo, terça-feira, 1 de abril de 1997 |
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Acabou la Tequila; Fernanda Fróes; Silverchair; Odds; "Rock Voador"; "Antone"
PEDRO ALEXANDRE SANCHES; LÚCIO RIBEIRO; LUIZ ANTÔNIO RYFF Acabou la TequilaA Excelente continua seu projeto de revelação de novos nomes para o pop nacional com o CD de estréia do quinteto Acabou la Tequila, que prega a mistura entre heavy metal, reggae, ska, funk e levadas latinas. A latinidade se encontra mais no nome e no punhado de sotaques infames que no som. A curiosidade é a faixa "Rita Cadillac": "Antigamente era mais fácil/ Porque Rita Cadillac ainda dançava/ No Cassino-Discoteca do Chacrinha/ Rita Cadillac é mãe de nós". (PAS) Fernanda Fróes Mesmo quando se volta à MPB, a Eldorado mantém firme sua obsessão pelo blues. A paulistana Fernanda Fróes estréia com disco homônimo puxado em guitarras e vocais graves inspirados no gênero. Além de maioria de composições próprias, o menu inclui Carlinhos Brown (na redundância de "Vambora Amar"), Red Hot Chili Peppers (em versão pretensamente cool de "Under the Bridge"), Linda Perry e Janis Joplin. As letras de Fernanda são de doer. (PAS) Silverchair Quando saiu o CD de estréia, "Frogstomp", em 95, o Silverchair até chamava a atenção por um certo "rock de gente grande" feito por garotos de 15 anos, apesar de o som ser cópia deslavada do "adulto" Nirvana. Agora, com "Freak Show" (Sony), o frescor dos meninos se foi, e só restou o batido jeito grunge de tocar e berrar, como se isso ainda fosse um ato de rebeldia. Se o rock depende de discos assim para sobreviver à criatividade techno, pode baixar o caixão. (LÚCIO RIBEIRO) Odds De Vancouver, Canadá, chegam os Odds, com "Nest" (Wea), outro daqueles títulos que não se entende muito bem por que vieram parar no Brasil. A banda, embora cite como influências Big Star, Elvis Costello e Lou Reed, parece algo na esquina Beatles-Oasis, com ecos da fase arena do U2 -quando muito ("Heard You Wrong"), tentam chegar perto do conterrâneo Neil Young. De resto, o rock é nervoso e acelerado, e você termina o disco do mesmo tamanho com que começou. (PAS) "Rock Voador" "Rock Voador" (Wea) é o relançamento em CD de coletânea de rock nacional editada em 82 -nos primórdios da "new wave" à brasileira. Fora faixas obscuras -e infames- do Kid Abelha, é hoje um apanhado de bandas e artistas que não vingaram (Sangue da Cidade -com a antológica "Brilhar a Minha Estrela"-, Malu Vianna, Papel de Mil...). A julgar por essa seleção, o rock nacional esteve muito perto de virar reedição do mais retrô blues-rock. Não virou, ufa. (PAS) "Antone" Dono de um clube de blues e uma gravadora, Clifford Antone comemora os 20 anos da associação chamando seus principais contratados para um show de aniversário -o resultado é "Antone's 20º Aniversary" (Eldorado). Se o grande número de atrações não mantém certo nível de qualidade, serve para apresentar aos brasileiros gente pouco conhecida por aqui. No time dos famosos há um Buddy Guy pouco inspirado e um ótimo Jimmy Rogers. (LUIZ ANTÔNIO RYFF) Texto Anterior: Berthold Goldschmidt volta a ser celebrado Próximo Texto: Os CDs mais vendidos da semana Índice |
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