São Paulo, quarta-feira, 2 de abril de 1997
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Pitta usa TV para reduzir desgaste

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O malufismo decidiu investir na propaganda de TV para combater os efeitos do escândalo dos precatórios. Provavelmente a partir da próxima semana, a Prefeitura de São Paulo vai iniciar uma ofensiva publicitária paga com o dinheiro público.
Desde o último fim-de-semana, o PPB do prefeito Celso Pitta está veiculando comerciais sobre realizações da prefeitura paulistana. Aí, o partido está se utilizando da legislação, que concede tempo gratuito às legendas.
Já a próxima campanha sobre o projeto habitacional Cingapura será paga com dinheiro público.
O publicitário Nelson Biondi, um dos responsáveis pela conta publicitária da prefeitura, disse que ainda não sabe quanto custará a produção e a veiculação da propaganda na TV.
Biondi, é lógico, nega publicamente que a blitz publicitária da prefeitura malufista tenha como meta combater o efeito do caso precatório.
"A campanha está dentro de um projeto para mostrar que nos primeiros cem dias de governo houve continuidade administrativa e que a cidade não parou", afirmou Biondi.
Na sequência da propaganda sobre o Cingapura, que deve ter a forma de "prestação de contas", o marketing malufista planeja outras campanhas sobre obras da prefeitura.
Depoimento
A área de marketing de Pitta chegou à conclusão que só há dois caminhos para o prefeito superar o desgaste na opinião pública gerado pelo escândalo dos precatórios: um depoimento à CPI e passar a idéia de que os projetos da administração municipal não estão sendo prejudicados por uma suposta campanha de "perseguição política".
Biondi, por exemplo, disse que não se surpreendeu com a aparente mudança de foco da CPI, que estaria trocando Pitta pelo ex-prefeito Paulo Maluf como alvo preferencial.
"Desde o começo, o objetivo da CPI é atingir o Paulo Maluf", acha Biondi. A impressão é consensual no malufismo.
O problema, para os operadores do malufismo, é que não há certeza sobre o sucesso, na opinião pública, das explicações dadas até agora por Pitta e Maluf.
A esperança é que a CPI comece a patinar. Avalia-se que o apurado até agora não é suficiente para incriminar Pitta ou Maluf.

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