São Paulo, quarta-feira, 2 de abril de 1997
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Comando sabia da fita, diz corregedor

DA REPORTAGEM LOCAL

O coronel Paulo Miranda de Castro, afastado do comando da Corregedoria da PM, disse ontem ter informações de que o comando da polícia sabia da existência da fita que mostra a agressão policial.
Essa teria sido uma das razões por que não informou ele mesmo ao comando sobre a gravação. A outra razão, segundo ele, foi não ter tido tempo hábil para isso.
"A fita chegou à corregedoria na quinta-feira à tarde, véspera da Sexta-Feira Santa. Para mim, o comando do policiamento do ABCD já havia cientificado o comando. Acredito que tenha sido assim."
A razão do afastamento de Castro foi, segundo o Comando da PM, não ter ter avisado seus superiores da existência da fita.
Mas ele afirma não ter entendido o afastamento. "Quando a fita chegou ao conhecimento da opinião pública, todas as medidas cabíveis haviam sido tomadas, os acusados estavam presos."
O coronel afirmou que, antes do aparecimento da fita, já havia mandado prender, por quatro dias, dois policiais reconhecidos como agressores de Mário José Josino, o rapaz atingido por um tiro dentro de um carro e que morreu.
"Não foi pedida prisão preventiva porque as duas testemunhas, os rapazes que acompanhavam Josino, não souberam dizer qual foi o PM que atirou contra eles."
Sem essa "prova decisiva", os acusados deixaram a prisão ao fim da prisão administrativa.
"A corregedoria foi a primeira a tomar providências", diz.

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