São Paulo, quarta-feira, 2 de abril de 1997![]() |
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Artista cria desenhos com linhas e contrastes
CELSO FIORAVANTE
Seguindo os preceitos de Duchamp, os cartões saem de sua norma para ganhar agora um caráter público, uma nova forma, um novo espaço e um novo tempo. Tudo isso para estabelecer um novo diálogo, agora com o espectador de arte. São conceitos que ocupam toda a produção artística da artista. O novo espaço é um repouso para materiais destinados a constantes circulação e intercâmbio. Muitos dos cartões trazem ainda adendos -mudanças de endereço, telefone, cargos ou instituições-, revelando-se como indícios da experiência de seus proprietários. Nas mãos de Leirner, ganham também uma nova organização, a partir de seus fios, contrastes, cores e elementos tipográficos. Em um trabalho, os cartões podem se alinhar seguindo uma linha horizontal ascendente. Em outro, a opção pode ser a tensão entre as cores ou formas retangulares ou quadradas repetitivas e dialogadoras. São como desenhos e lembram a sutileza de Mira Schendel (1919-1988). "Tem também Willis de Castro e os minimalistas, mas Mira Schendel principalmente. Embora não venha diretamente dela, o trabalho pode esbarrar em uma poética da delicadeza da Mira. Seu espírito está ali presente", disse Jac Leirner. Mas, além dos minimalistas e neo-concretistas brasileiros, os trabalhos reúnem ainda um obsessivo rigor conceitual, um apreço pelos meios de comunicação e pela reutilização de objetos do cotidiano, fazendo de Leirner uma ponte bem-humorada entre as artes conceitual, pop, dadá e povera. Mostra: Foi um Prazer Artista: Jac Leirner Onde: galeria Camargo Vilaça (r. Fradique Coutinho, 1.500, tel. 011/210-7390, Vila Madalena) Vernissage: amanhã, às 20h Quando: de segunda a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 10h às 14h; até 26 de abril Texto Anterior: Jac Leirner devolve seus cartões Próximo Texto: Revistas debatem 23ª Bienal de SP Índice |
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