São Paulo, quarta-feira, 2 de abril de 1997
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Cenas de violência; Correção; Reserva de vagas; Produto raro; Precatórios; Respeito

Cenas de violência
"O sr. Nelson Jobim, ministro da Justiça, chamou as cenas de violência policial veiculadas na TV de 'um caso isolado'.
É bom que o sr. ministro saiba que não é tão isolado assim. A única diferença é que havia uma câmera registrando a violência costumeira da polícia.
O bandido amedronta e a polícia, que deveria representar a segurança, tem amedrontado e revoltado a população."
Francisco de Assis Alves de Castro (São Paulo, SP)
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"Não sei nem como exprimir o que senti ao ver no 'Jornal Nacional' as cenas bárbaras de violência cometidas pelos policiais militares que, piores do que os bandidos comuns, abusam de sua autoridade.
Como esses monstros dormem ao chegar em casa? O que esses monstros contam às suas famílias a respeito do trabalho? Será que os mesmos monstros não imaginam um filho, um sobrinho ou um conhecido recebendo o mesmo 'tratamento' dos seus colegas, sem ao menos poder se identificar?
Não consegui nem dormir de tanto medo, angústia, perplexidade..."
Renée Albagli de Almeida (São Paulo, SP)
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"São inaceitáveis as cenas de horror em Diadema. Nada justifica aquilo, mas nada também justifica a Rede Globo enfatizar em suas chamadas 'a violência da polícia de São Paulo', generalizando e atingindo milhares de policiais sérios e pais de família que arriscam suas vidas para oferecer um pouco de segurança a todos nós.
O que vimos foram assassinos fardados que desonraram os códigos da PM e por isso devem ser duramente punidos, e não a Polícia Militar do Estado de São Paulo."
Rodrigo Trindade (São Paulo, SP)
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"Estarrecimento e indignação. Com esses sentimentos externamos o nosso veemente repúdio às cenas de violência explícita perpetradas por policiais militares em Diadema.
Aguarda-se a adoção de imediatas e urgentes providências, a fim de que os agentes policiais sejam devidamente responsabilizados e as vítimas tenham seus direitos restaurados. No que tange à prestação de assistência jurídica às vítimas, atuarão a Procuradoria de Assistência Judiciária e o Grupo de Trabalho de Direitos Humanos da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo."
Márcia Junqueira Sallowicz Zanotti, subprocuradora-geral da Área da Assistência Judiciária da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo, e Flávia Piovesan, coordenadora do Grupo de Trabalho de Direitos Humanos da Procuradoria Geral do Estado (São Paulo, SP)
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"As práticas de tortura, corrupção e fuzilamento a sangue frio de cidadãos por policiais militares demonstram que crimes comuns de PMs não podem ser investigados pelos próprios policiais e julgados pela Justiça estadual das Polícias Militares.
Além da punição exemplar para esses criminosos e a responsabilização penal de seus superiores imediatos, o Congresso Nacional deve aprovar em urgência urgentíssima a competência plena da Justiça Civil para esses crimes comuns de PMs e a criminalização da tortura, já aprovada na Câmara dos Deputados."
Paulo Sérgio Pinheiro, professor visitante de Relações Internacionais, Brown University (Providence, Rhode Island, EUA)

Correção
"Foi no ano de 1987, quando eu era apenas professor e pesquisador -portanto não em 1993, quando senador e membro da CPI do Orçamento-, que fiz uma sequência de entrevistas com quatro presidentes ou responsáveis por grandes construtoras de obras civis sobre um tema de ordem institucional prático: quais são as pessoas que têm o poder de influenciar o conteúdo dos gastos públicos no Brasil.
As dez horas de gravação com os diretores da Andrade Gutierrez, transcritas com o auxílio de suas secretárias, foram na íntegra conferidas por mim, sem qualquer corte que pudesse prejudicar o propósito do trabalho."
Eduardo Matarazzo Suplicy, senador pelo PT-SP (Brasília, DF)

Nota da Redação - A retificação foi publicada na seção "Erramos" de ontem.

Reserva de vagas
"Em relação à reportagem 'Ministro quer cotas sociais em faculdades' (26/3), encaminho algumas informações a respeito do trecho intitulado 'Andifes contra'.
1) A Andifes não se definiu ainda sobre as propostas apresentadas no Seminário sobre Acesso à Universidade, razão pela qual eu não poderia anunciar a posição exposta na reportagem, muito menos na condição de presidente eleito, mas não empossado.
2) O texto diz que 'o presidente eleito da Andifes é contra a reserva de vagas por critério regional, racial ou de escola'. Pronunciei-me -pessoalmente- contrário à idéia de reserva de cota para ingresso na universidade motivada por razão étnica -particularmente os negros- argumentando que sua exclusão das universidades decorre principalmente de sua condição social e não da étnica, sendo que em condições semelhantes encontram-se também outras parcelas da população.
3) Considerei que a aplicação do Exame Nacional de Ensino Médio, como um possível critério de ingresso, deve ser analisada pelas universidades à luz da nova LDB e do princípio da autonomia universitária."
Tomaz Aroldo da Mota Santos, reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (Belo Horizonte, MG)

Produto raro
"Caro Nassif, leio seu artigo e fico emocionado com sua ética jornalística.
De fato, no Brasil a questão da ética ainda é uma coisa inexistente.
Parabéns."
Galdino Andrade (Oregon, EUA)

Precatórios
"De Paris, Maluf -sagaz e, acima de tudo, amante da verdade- decifrou o enigma: a culpa é do PT!
Cegos e infamantes são todos aqueles que ocultam o fato de Wagner Ramos ser militante de carteirinha do PT.
Afinal, será que a dinheirama toda não foi parar nos cofres desse partido?"
Vera Ponce de Leon (São Paulo, SP)
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"Algo está errado na política nacional. Se existe um personagem político mais perseguido do que Maluf, me apontem.
Se Maluf, com toda a inteligência, firmeza e determinação, acredita neste país e a caçada continua, dá para desconfiar dos inquisidores ou não?"
Luiz Edgard Bueno (Londrina, PR)

Respeito
"Com relação à grosseira carta publicada em 30/3, a colunista Joyce Pascowitch tem razão.
Joyce sempre desempenhou suas funções com profissionalismo, competência e sensibilidade; e, quando cometeu algum erro (o que foi raro), foi a primeira a reconhecê-lo.
Se alguém pretende criticá-la, primeiro aprenda a ser educado e a respeitar quem merece respeito."
Carlos Brickmann, jornalista (São Paulo, SP)

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